domingo, março 29, 2009

MISTURA ESCALDANTE

Não me vá esquecer: nas legendas de Manhattan Murder Mystery (O misterioso assassínio em Manhattan, Woody Allen, 1993), que está a passar neste momento no Hollywood, a consabida expressão melting pot (o cadinho em que raças, culturas, origens se fundem na nação americana) é traduzida expeditamente por "mistura escaldante". Para a lista - bem extensa e rejubilante - das grandes criações da legendagem em português.

sábado, março 28, 2009

QUE FITA VAI HOJE? - ANIKI-BÓBÓ

Voltamos à sessão dupla de sábado na RTP2- com um programa nipo-americano: o filme de Sam Peckinpah The Getaway (Tiro de escape, 1972), uma nova ocasião para lembrar Steve McQueen (o malogrado galã americano, o "ultra cool male film star of the 60's" - que morreu em 1980, com 50 anos - não o não menos cool artista e cineasta de vanguarda inglês que está vivo y coleante), às 22.45; às 00.50, Ninguém sabe (Dare mo shiranai, ou Nobody Knows, 2004), uma história de crianças de um jovem realizador japonês, Hirokazu Takeeda - é uma maneira de dizer, nasceu em 1962, mas os outros, que eu ainda conheci, os Kurosawa, Ozu, Mizoguchi, já morreram todos. Entretanto, está a decorrer uma mini retrospectiva Clint Eastwood, cujo The Unforgiven passou uma vez ou duas nos últimos dias (um dos melhores filmes de Eastwood); hoje passa na RTP1 Blood Work (Dívida de sangue, 2002), que não é dos melhores, to say the least.

TROVAS ANTIGAS


SPRING
( by Charles, Duke of Orleans )

The year has changed his mantle cold
Of wind, of rain, of bitter air;
And he goes clad in cloth of gold,
Of laughing suns and season fair;
No bird or beast of wood or wold
But doth with cry or song declare
The year lays down his mantle cold.
All founts, all rivers, seaward rolled,
The pleasant summer livery wear,
With silver studs on broidered vair;
The world puts off its raiment old,
The year lays down his mantle cold.

DE VOLTA À MÉDIA IDADE MÉDIA...



Continuando a medievar, deixo aqui outro dos filmes favoritos da minha adolescência - A Lion in Winter.

quarta-feira, março 25, 2009

A MAN FOR ALL SEASONS




Fui à procura de mais Thomas More... Este é o filme do Fred Zinnemann de há mais de 40 anos.

S. THOMAS MORE



Ao lado desta grandeza da terra e da guerra - como a do Henry V - há uma grandeza da lealdade na terra ao céu. Thomas More, S.Thomas More, é dos que melhor dela falaram, nela viveram e por ela morreram.

terça-feira, março 24, 2009

"HENRY V" - VERSÃO KENNETH BRANAGH (1989)

domingo, março 22, 2009

AZINCOURT - A BATALHA

PASSEIO DE DOMINGO - HARFLEUR, NORMANDIA


Foi onde Henrique V desembarcou em Agosto de 1415, iniciando a sua campanha de Azincourt. Harfleur era o grande porto da Normandia, na margem da foz do Sena, tendo do outro lado Honfleur. Mais tarde fez-se aqui Le Havre.

HENRY V - SAINT CRISPIN'S SPEECH



Este é a famosa fala de Henrique V, aqui por Sir Laurence Olivier antes da batalha de Azincourt.

segunda-feira, março 16, 2009

SHAKESPEARE: JOHN DE GAUNT - O DISCURSO DA INGLATERRA



John de Gaunt é o duque de Lencastre, pai de D. Filipa de Lencastre e avô dos Infantes da "Ínclita Geração". Foi um homem notável no seu tempo(1340-1399) - chefe de guerra, político, mecenas de Chaucer. Shakespeare imortalizou-o em Richard II, escolhendo-o para ser o porta voz desta belíssima peça da amor da pátria.

domingo, março 15, 2009

PASSEIO DE DOMINGO - BAGDAD



Apesar do Sadam, do Paul Bremer e dos bombistas suicidas para mim ainda tem a ver com as "Mil e Uma Noites", a Sherazade e o Harum Al Rashid!

sábado, março 14, 2009

TROVAS ANTIGAS 2

William Shakespeare

My love is strengthened, though more weak in seeming;
I love not less, though less the show appear;
That love is merchandized, whose rich esteeming,
The owner's tongue doth publish every where.
Our love was new, and then but in the spring,
When I was wont to greet it with my lays;
As Philomel in summer's front doth sing,
And stops his pipe in growth of riper days:
Not that the summer is less pleasant now
Than when her mournful hymns did hush the night,
But that wild music burthens every bough,
And sweets grown common lose their dear delight.
Therefore like her, I sometime hold my tongue:
Because I would not dull you with my song.

QUE FITA VAI HOJE? - SESSÃO MESMO DUPLA

Hoje, quem quiser, pode ver duas vezes, uma a seguir à outra, a Lolita de Stanley Kubrick (Lolita, 1962): às 20.00 no TCM, às 22.45 na RTP2. A RTP2 tem hoje um excelente programa duplo na habitual sessão de sábado à noite. Depois de Lolita, passa um filme que recomendo positivamente; é tarde mas vale a pena: a versão de A Star Is Born realizada por George Cukor (Assim nasce uma estrela, 1954), à 1.20. Houve várias versões cinematográficas desta história, a primeira das quais em 1937, dirigida por outro realizador memorável, William Wellman, em cujo argumento colaboraram Dorothy Parker - precisa de apresentação? - e o seu marido à época Alan Campbell, de quem se separou e com quem voltou a casar. (Dorothy Parker foi encarnada em Mrs. Parker and the Vicious Circle, de Alan Rudoph, 1994, por Jennifer Jason Leigh, uma actriz de que talvez se lembrem em Short Cuts - Os americanos, Robert Altman, 1993, ou SWF - Jovem procura companheira, Barbet Scroeder, 1992, de que passa hoje - 00.25, TVI - uma "segunda parte" realizada em 2005. Jennifer Jason Leigh escreveu, dirigiu e interpretou com o actor Alan Cumming The Anniversary Party, 2001 - penso que o título em português foi "O aniversário" - um filme notável em que há, acho eu, ecos da vida de D. Parker e da história de Assim nasce uma estrela). Na versão hoje exibida - espero que a "cópia" faça justiça ao tehnicolor fabuloso do director de fotografia Sam Leavitt - os intérpretes do casal protagonista são Judy Garland, num dos seus melhores papéis de pessoa crescida, e James Mason, um actor que na minha juventude insconsciente gravemente subestimei e que hoje pode - e deve - ver-se em dois dos filmes aqui referidos, pois é também o Humbert Humbert de Lolita. Há uma terceira versão de A Star Is Born, 1976, numa adaptação e realização de Frank Pierson, com Barbara Streisand e Kris Kristofferson (nesta versão a história muda de cenário do mundo do cinema para o da música rock), sobre a qual é melhor que, na frase de uma professora que tive no liceu, em Espanha, "corramos un tupido velo" (ela referia-se aos meus conhecimentos de História: "corramos uma espessa cortina").

sexta-feira, março 13, 2009

TROVAS ANTIGAS 1


"Estes meus olhos nunca perderán"

por João Garcia de Guilhade


Estes meus olhos nunca perderán,
senhor, gran coita, mentr'eu vivo for.
E direi-vos, fremosa mia senhor,
destes meus olhos a coita que han:
choran e cegan quand'alguén non veen,
e ora cegan per alguén que veen.

Guisado tẽen de nunca perder
meus olhos coita e meu coraçón.
E estas coitas, senhor, minhas son;
mais-los meus olhos, per alguén veer,
choran e cegan quand'alguén non veen,
e ora cegan per alguén que veen.

E nunca ja poderei haver ben,
pois que Amor ja non quer, nen quer Deus.
Mais os cativos destes olhos meus
morrerán sempre por veer alguén:
choran e cegan quand'alguén non veen,
e ora cegan per alguén que veen.

quarta-feira, março 11, 2009

QUE FITA VAI HOJE? - MESMO MÍNIMOS

Às 21.30, no Hollywood, passa Perigo em directo (Bait, 2000). Não vi. É dirigido por Antoine Fuqua, oscarizado por Training Day (Dia de treino, 2001), uma decepção, e realizador de um filme sem pretensões que funciona muito bem: Assassinos substitutos (Replacement Killers, 1998 - a sua estreia na realização). É questão de experimentar.

SEM DESTINATÁRIO - 2º POEMA RUSSO ...


Alexandre Puskine

"Conversation Of a Bookseller With a Poet"
(Fragment)

He’s blessed, who in his sole saved
Its most beautiful creations,
And from the people, as from graves,
For sense, didn’t wait their commendations!
He’s blessed who, silent, was a bard
And did not wear thorny crown,
Forgotten with despiteful crowd,
Who, nameless, left this dole, hard.
More furtive than the heart’s illusion,
What’s fame? The reader’s feeble voice?
Unletter’d scoundrels’ prosecution?
Or the delighted blockheads’ noise?


Translated by Yevgeny Bonver, December, 2001

terça-feira, março 10, 2009

QUE FITA VAI HOJE? - SERVIÇOS MÍNIMOS

Às 22.00, na RTP Memória, Aldeia da roupa branca (1938, Chianca de Garcia), Beatriz Costa na "história de uma lavadeira", já lá iam cinco anos desde A canção de Lisboa. Mais para o tarde, às 00.15 e à 1.00, respectivamente, Heat de Michael Mann (Cidade sob pressão, 1995), na TVI, um filme sempre a rever, apesar dos seus defeitos, com De Niro e Al Pacino, e - no Hollywood - um título intrigante, Empire (Império, o choque de dois mundos, 2002), que um internauta nos faz o favor de resumir assim: "O elegante mundo de Wall Street atravessa as modestas ruas de South Bronx neste "Império", uma história dura sobre a caça ao dinheiro fácil e o preço da ganância." Nada mais actual.

segunda-feira, março 09, 2009

SEM DESTINATÁRIO (A) - POEMA RUSSO EM INGLÊS


Anna Akhmatova (1889-1966)


On The Way (1964)

Although this is not my native land
Forever the memory is in me
Of the tenderly icy sea
And the fresh waters.

The sand on the bottom is whiter than chalk,
And the drunken air, like wine,
And the rosy body of the pine
Is naked in the twilight hour.

And the sun itself sets in waves of ether
In such a way that I cannot comprehend
Whether it is the end of the day, the end of the world,
Or the secret of secrets is within me again.

domingo, março 08, 2009

QUE FITA VAI HOJE? - TELEGRAMA

Às 20.30, no MOV, Spartan - O rapto (Spartan, 2004), um thriller escrito e realiado por David Mamet. Depois falamos.

sábado, março 07, 2009

QUE FITA VAI HOJE? - SEMPRE AO SÁBADO

É sábado - e cá vamos nós. A sessão dupla da RTP2 é dedicada a Stanley Kubrick, um dos grandes cineastas que não me consegue entusiasmar. Primeiro, às 22.45, 2001, Odisseia no espaço (2001, A Space Odissey, 1968) que é preciso ver; algumas imagens pasmosas, uma sequência de antologia, um dos poucos "personagens" não humanos que verdadeiramente ganhou vida na história da ficção científica, o computador Hal; o resto é a ficção científica no seu modo mais pretencioso e grandiloquente. Depois - outra forma de "antecipação", Laranja mecânica (A Clockword Orange, 1971), a partir de um livro de Anthony Burgess, que ele prolongou com reflexões muito interessantes em 1985, onde mais uma vez - sob várias formas - pondera a questão da liberdade e todas as maneiras mais ou menos subtis como nos podemos enganar sobre o que é, onde está e podemos ser privados dela. (Dov'é la libertá, 1953, foi um filme de Roberto Rossellini, com Tótó). Às 21.10, mais uma "Noite de cinema" precedida da respectiva apresentação. Tentarei ver. O filme é O senhor da guerra (The War Lord, 1965, com Charlton Heston), que nunca vi: foi dirigido por Franklin J. Schaffner, um realizador vindo dos primórdios da televisão e que tem pelo menos no seu activo o Patton (1970), que gloriosamente escreveu Francis Ford Coppola e gloriosamente interpretou George C. Scott, e o primeiro Planeta dos macacos (Planet of the Apes, 1968, o mesmo ano da "Odisseia"). Quem estiver interessado em ver uma magnífica interpretação de John Travolta e uma esplêndida caricatura de si próprio por Nicholas Cage pode esperar pela meia-noite e trinta e cinco - SIC - e A outra face (Face Off, 1997), John Woo na América.

terça-feira, março 03, 2009

QUE FITA VAI HOJE? - RECAPITULAÇÃO

Uma rápida revisão de matéria já quase toda dada, no TCM: às 20.00, Revolta na Bounty - a versão com Charles Laughton - (Mutiny on the Bounty, 1935), às 22.55 Intriga internacional (North by Northwest, 1959, de Alfred Hotchcock, com argumento de Ernest Lehman - vide The Sweet Smell of Success, como autor da história original, e muitos outros) e à 1.10 um filme do mesmo ano - 1959 - de um John Sturges reformado do olimpo dos westerns dos anos 50, colega menor dos Mann (Anthony) e até dos Daves (Delmer), Never So Few (Quando explodem as paixões, um melodrama de guerra pouco inspirado, que não é nem de longe uma Conspiração do silêncio (Bad Day at Black Rock, 1955) nem sequer um The Great Escape (Steve McQueen, que também entra em Never... ,1963). No Hollywood, entretanto, alguns filmes menos vistos recentemente (parece-me): o Crash de David Cronenberg (1996), a lembrar-nos o escritor J. G. Ballard, que bem merece, embora na sua veia mais ostensivamente provocadora e - se a expressão me é permitida neste contexto - chocante (23.05) - não é para crianças; e às 21.30 uma versão recente de Mr. Deeds Goes to Town
(Doido com juízo, 1936, Frank Capra), Mr. Deeds (2002): em vez de Gary Cooper, Adam Sandler - não vi mas não recomendo. Ao fim da noite, um chamado neo-noir já nosso conhecido: Delito em Red Rock (Red Rock West, 1992), de John Dahl, realizador que tem andado mais ou menos desaparecido (tem trabalhado sobretudo para a televisão).

domingo, março 01, 2009

PASSEIO DE DOMINGO - NUN'ÁLVARES NA BATALHA


Passei este domingo a ler e a escrever sobre a Guerra da Independência - a nossa, de 1383-85, ou melhor até à paz de 1411, contra os nossos vizinhos castelhanos que nos queriam dominar. Também hoje comprei um novo livro de José Mattoso-(Naquele Tempo- Ensaios de História Medieval, Círculo dos Leitores, 2009) que além de muito interessante tem um belo grafismo.
Por vizinhos e independência, a Guerra da Independência deles, dos espanhóis, foi contra o Napoleão e os franceses nos princípios do século XIX. Ganharam-na e bem. Como nós contra eles - castelhanos.E nós e eles ajudados pelos ingleses.
Bom chega de histórias.O passeio de hoje à estátua do Nun'Álvares, Condestável e Santo, na Batalha.