A REVOLUÇÃO DA INFORMAÇÃO 2- OS MALEFÍCIOS DO TABACO
Cenário: um jornal de referência português. Tempo: um dia destes. O título da primeira página afirma: "Tabaco provocou 12 mil mortes em Portugal no ano de 2005". Vamos ler a notícia, acendendo logo um cigarro, arripiados: logo nas primeiras linhas o texto revela que "as causas" da morte dessas 12 mil pessoas são "atribuídas [itálico nosso]ao consumo de tabaco". Mais à frente, já no interior, ficamos a saber que se trata de uma estimativa ("estima-se que o tabaco tenha sido responsável por....") constante não de um estudo médico mas de um trabalho de economia. Donde vêm outros elementos, como o cálculo das probabilidades da aparição do cancro de pulmão (vinte e três vezes mais num fumador do que num não fumador) -não se sabe, embora pelos vistos tudo isto seja de uma impressionante precisão (23 vezes, não mais ou menos 20 ou cerca de 25; as supostas vítimas do tabaco são, exactamente, 12.615, nem mais uma nem menos uma). Mais uma nota interessante: o estudo - ou pelo menos a notícia do estudo - atribui a tudo isto um preço de não sei quantos milhões em despesas de saúde - "se os fumadores tivessem cessado o consumo tinha-se poupado....etc."; não há qualquer referência, no entanto, a quanto arrecada o Estado em impostos sobre o consumo do tabaco, uma grande fatia do respectivo preço (como no caso da maldita gasolina).
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