terça-feira, novembro 13, 2007

A POLÍTICA DA VIOLÊNCIA

Estou a tentar pela segunda ou terceira vez ler o livro de Charles Tilly, The Politics of Collective Violence, uma meritória tentativa de sistematizar as formas e usos da "violência colectiva". Tilly é um conceituado historiador e cientista político; esta sua obra tem observações pertinentes e agudas; o livro é bem escrito e inclui muita informação importante ou, até, "divertida". Mas já o tornei a pôr de lado - e já lhe peguei otra vez e outra vez o larguei. São os mistérios da leitura - que neste caso talvez tenham como fácil explicação o cariz exaustivamente académico e óbvio da obra. Pró-memória, aqui indico o sumário: Varieties of violence, Violence as politics, Violent rituals, Coordinated destruction, Opportunism, Brawls (Rixas), Scattered attacks, Broken Negotiations, Conclusions (não muitas, embora mais uma vez esta observação que só faz bem repetir as vezes que fôr preciso: Terrorism is a strategy, not a creed, o terrorismo é uma estratégia, não é um credo). Na dedicatória a dois colegas, Tilly diz com um sentido do humor muito "britânico" que embora tenha colaborado com eles muitas vezes continuam a ser amigos. O jornalista espanhol Alfonso Sánchez, há muito desaparecido, cinéfilo e colunista, que ainda conheci e muitas vezes li no velho Informaciones, nunca se referia a outro jornalista sem acrescentar, entre vírgulas, "mi compañero y sin embargo amigo".

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