segunda-feira, março 12, 2007

Nostalgias-Nada como a Catherine Deneuve and the late 60s!



A Catherine Deneuve, quando apareceu, em "Les Parapluies de Cherbourg", fascinou uma inteira geração de adolescentes-a minha. Foi numa fase em que líamos Alain Fournier("Le Grand Meaulnes") e o Brasillach de"Comme le temps passe". Uma fase um tanto romântico-soft. No fim da infância tínhamos passado por uma fase mais realista, mais wild, com as italianas "boazonas"-a Loren (que aos 70, continua interessantíssima), a Lolobrigida(que na mesma faixa etária, está gorda e patética) e aquelas muitíssimas starlettes ou bimbos -Francescas, Silvias, Renatas, Silvanas, Grazielas, Ornelas, que faziam de princesas das autarquias gregas de Corinto ou Tebas, de romanas decadentes, de enfermeiras pra todo o serviço e contracenavam, nos peplum,nos dramalhões históricos, nas comédias porno-soft, com o Steve Reeves, que fazia de Hércules, o Jack Palance , que fez uma vez de Átila, com o Tótó, o De Sica, oSordi, que faziam qualquer papel e eram sempre fantásticos. E bruscamente, destas heroínas da líbido reprimida do"fascismo"lusitano, passámos para outro tipo de mulher fatal ou ideal.A Catherine Deneuve foi essa aparição nos anos 60-com a Julie Christie.Lembro-a aqui com muita nostalgia.

3 Comentários:

Blogger Pedro Botelho disse...

Alguns desses peplum das «autarquias gregas de Corinto ou Tebas», como o «Ulisses» (Kirk Douglas & Silvana Mangano) os dois «Hércules» centrados na expedição dos Argonautas e nos Sete Contra Tebas (Steve Reeves & Sylva Koscina), bem como vários outros centrados nas, digamos, regiões autónomas de Tróia e do Lácio, eram excelentes filmes. Empolgantes e visualmente convincentes! A mitologia clássica era trabalhada como se fosse História, ao contrário das vigarices de hoje em que a História é que é tranformada em pseudo-mitologia para ultrapassar a abismal ignorância de ambas. Veja-se o recente e abominável «Trezentos» (que não devia ser comercializado nem nas lojas homónimas) para melhor se perceber o que se perdeu pelo caminho. Quanto às transições libidinosas, confesso que continuo a preferir as Sylvas de 17 anos às Sophias de 70, mesmo que interessantíssimas do ponto de vista arqueológico...

terça-feira, março 13, 2007 9:41:00 da manhã  
Blogger jaime nogueira pinto disse...

Eu adorava os peplum,as "silvias" a Silvia Koscina,por exemplo.,eram magníficas,até pelo bem que faziam os seus "maus"papeis.Quanto às "transições",entenda-se, nem 17,nem 70.No meio-por uma vez- está a virtude.Ou pelo menos a beldade.

terça-feira, março 13, 2007 9:32:00 da tarde  
Blogger Pedro Botelho disse...

A diferença entre, por um lado, os óptimos peplum dos anos 50 e 60 e, por outro, os seus péssimos descendentes do género «espada e sandália» e os não menos péssimos épicos actuais transportados para planetas desconhecidos (e não estou aqui a falar de enredos de ficção científica, mas sim da nivelação por baixo de todas os enquadramentos clássicos -- históricos ou mitológicos -- numa espécie de formato único), é abismal. Quanto à outra questão, a da virtude estar no meio, aceito, mas continuo a preferir as pulcritudes desses tempos ingénuos às imagens modernas da virtude...

quarta-feira, março 14, 2007 12:16:00 da manhã  

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