JUAN MANUEL DE PRADA
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Mas o prémio, o elogio quase generalizado da crítica, não é devido apenas a um estilo mais seguro. Não, o que impressiona antes de mais neste livro é a história, a caracterização dos personagens, o enredo, a cadência e a forma como agarra o leitor. A mim também me atraiu bastante outro aspecto: o ser politicamente incorrectíssimo. Porquê? Tão sómente por comparar algo que deveria ser para todos uma evidência: a violência cega dos totalitarismos, mas sejam eles castanhos ou vermelhos.
A história passa-se na França ocupada pelo III Reich, nos meios da resistência, entre comunistas, colaboracionistas, agentes da Gestapo e gente que pretende apenas sobreviver. Conta também, com grande realismo, o que foi a libertação e a vingança contra os que colaboraram. Tudo é contado através de um personagem que sofre de amnésia e que descobre que é um herói da resistência, mas na investigação que vai fazer ao seu passado irá descubrir pormenores terríveis e, pelo caminho, irá também sacrificar o único amor da sua vida.
O último livro de Juan Manuel de Prada fala-nos do problema da identidade, das lealdades, da necessidade de nos conhecermos a nós mesmos. Mas não conto mais. Quem quiser conhecer a história terá de ler o livro, o que aconselho vivamente.
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