P. G. WODEHOUSE
Salvo erro ou omissão, foi João Pereira Coutinho quem primeiro chamou a atenção para a recente edição entre nós do romance de P. G. Wodehouse Época de acasalamento, numa tradução luso-brasileira que ainda não abri. Desconfio um bocadinho dela - pois a versão portuguesa do título não me parece muito feliz, embora seja literal: em português tem uma brutalidade naturalista que não corresponde ao inglês The Mating Season. Eduardo Pitta fez-nos o favor de dedicar ao grande humorista inglês um longo artigo (blog Da Literatura e Público, 20 de Julho, 2007) em que lembra as escassas traduções anteriores deste autor, que segundo ele foram as seguintes: nos anos trinta, Isso é Comigo! e Por sua dama; depois da guerra, Um Homem de Visão (tradução das histórias de Ukridge, um personagem que é uma das suas mais notáveis criações); nos anos 60, Dinheiro Molesto, O tio Fred à Solta e O código dos Woosters. Conheço bem as três primeiras, que constituem um trabalho notável de versão para português de um autor que parece impossível de traduzir, em especial no caso de Ukridge. EP não indica os títulos originais. Posso acrescentar à sua informação que Isso é Comigo! (e não, como vem no texto de EP, "Isso é Consigo!") é a tradução de Leave it to Psmith! e Por sua Dama a de A Damsel in Distress. Suponho que Dinheiro Molesto é Uneasy Money, O tio Fred... correponde a Uncle Fred in the Springtime, e O Código dos Woosters, The Code of the Woosters. Alguns destes livros são do primeiro quartel do século XX! Continuam a fazer-nos rir e a deslumbrar-nos com a virtuosidade literária do autor, que escreveu dezenas de romances, contos, artigos, peças de teatro, etc., numa carreira extrordinariamente longa e prolífica. O último romance de P. G. Wodehouse saiu em 1977, cerca de dois anos depois da morte do autor, que o tinha deixado inacabado: o título, muito apropriadamente, é Sunset at Blandings, "Pôr do Sol em Blandings".
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