ATÉ QUANDO?
"Vou deixar a África do Sul. Vivi aqui por 35 anos e partirei angustiada. A minha casa e os meus amigos estão aqui, mas estou aterrorizada. Sei que me levarão a mal dizer isto, porque sou a viúva de Alan Paton."
É assim que começa uma patética carta que esta senhora escreveu há uns meses ao Sunday Times e que, como se costuma dizer, mão amiga nos fez chegar. Alan Paton foi o autor de um famoso romance publicado em 1948 e se intitulava Cry, The Beloved Country. Quando o autor morreu, em 1988, tinham-se vendido quinze milhões de exemplares desse livro que ainda hoje é lido e ensinado e foi no seu impacto uma espécie de Cem anos de solidão africano dos anos 50 e 60, mais o cristianismo e menos o o marxismo.
Este depoimento sobre o estado a que chegaram a Rodésia e a África do Sul vem juntar-se a outros que procedem de testemunhas igualmente privilegiadas, em todos os sentidos da palavra, e insuspeitas de qualquer animosidade contra a África descolonizada como Nadine Gordiner ou Doris Lessing. No resto da África sub-sahariana a devastação e o desespero são em geral ainda maiores, com Angola e Moçambique, São Tomé, Cabo Verde - ou até a pobre Guiné - a fazerem figura, apesar de tudo, de oásis no deserto de ordem, paz, tranquilidade e simples humanidade que engoliu o continente; toda a gente sabe que outros nomes tem esse inferno na terra: Serra Leoa, Libéria, Congo, Ruanda, Burundi, etc., etc. Mas são os mensageiros que são degolados - com sorte, metaforicamente.
É assim que começa uma patética carta que esta senhora escreveu há uns meses ao Sunday Times e que, como se costuma dizer, mão amiga nos fez chegar. Alan Paton foi o autor de um famoso romance publicado em 1948 e se intitulava Cry, The Beloved Country. Quando o autor morreu, em 1988, tinham-se vendido quinze milhões de exemplares desse livro que ainda hoje é lido e ensinado e foi no seu impacto uma espécie de Cem anos de solidão africano dos anos 50 e 60, mais o cristianismo e menos o o marxismo.
Este depoimento sobre o estado a que chegaram a Rodésia e a África do Sul vem juntar-se a outros que procedem de testemunhas igualmente privilegiadas, em todos os sentidos da palavra, e insuspeitas de qualquer animosidade contra a África descolonizada como Nadine Gordiner ou Doris Lessing. No resto da África sub-sahariana a devastação e o desespero são em geral ainda maiores, com Angola e Moçambique, São Tomé, Cabo Verde - ou até a pobre Guiné - a fazerem figura, apesar de tudo, de oásis no deserto de ordem, paz, tranquilidade e simples humanidade que engoliu o continente; toda a gente sabe que outros nomes tem esse inferno na terra: Serra Leoa, Libéria, Congo, Ruanda, Burundi, etc., etc. Mas são os mensageiros que são degolados - com sorte, metaforicamente.
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