quarta-feira, junho 11, 2008

10 DE JUNHO - O DIA SEGUINTE

Ontem, assinalámos de raspão o "Dia da Raça" - uma designação datada que o Presidente da República exumou (por inadvertência?) e que eriça os pelos da "esquerda", mas pouco tem a ver com qualquer espécie de racismo ou de concepção "biológica" da Pátria, se é isso que a incomoda; um incómodo que seria cómico em quem tem uma tão assente concepção materialista da vida e da história e uma tão belicosa tradição de intolerância. A expressão é mais a exaltação de uma têmpera (outro termo que caíu em desuso) que se julga ou quer ver nos "melhores de entre nós" - nos feitos do passado e nas ambições para o futuro. O Jaime lembrou a propósito, muito justamente, o Coronel Costa Campos - de quem fui a certa altura contemporâneo em Moçambique e lá conheci e admirei nos seus "domínios" do Dondo, perto da cidade da Beira. A RTP1 decidiu passar o "Camões", como devidamente assinalei. E a data passou. Acho que não deve passar em claro, no entanto, uma iniciativa muitíssimo inteligente e oportuna da Comissão Executiva do Encontro Nacional de Combatentes que pela décima quinta vez se realizou ontem. A Comissão organizou e levou a cabo, este ano, uma conferência importantísima dedicada ao tema "Os valores da Nação e o papel das Forças Armadas". Participaram como oradores Adriano Moreira, João Ferreira do Amaral, Leonardo Mathias, Joaquim Aguiar, o General Espírito Santo, Jaime Nogueira Pinto, Carlos Gaspar e Vítor Bento, e, como "moderadores", o General António Jesus Bispo, o Almirante Vieira Matias, Paulo Teixeira Pinto e Maria Perpétua Rocha. Não vou alargar-me sobre as comunicações, nem sequer - a não ser que me peçam - elencá-las, o que seria suficiente para medir o interesse do exercício: só chamo a atenção para a pertinência actual - que não é "teórica" - de reflexões deste tipo quando estamos perante, para usar palavras do título da comunicação do Jaime, "a evolução possível do Estado e das suas instituições tradicionais" e se quer contrapôr na ordem internacional "a defesa dos valores universalistas versus a defesa dos valores nacionais" - e se vive mais uma "revolução das questões militares".

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