segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Ainda os cartoons

Continua, com grande confusão e asneira, a guerra dos cartoons; que é, como a maior parte das guerras pós-modernas, em Portugal, estúpida, mal alinhada, mal arrumada. Os fundamentalistas "voltairianos" - nestas voltas Voltaire voltou como grande autoridade em matéria de liberdade de consciência - estão assanhados, mais uma vez, confundindo planos e situações.
Porque, em verdade, nenhum governo pensa, na Europa, em impôr a Censura ou intervir na opinião jornalística.
E também, os "voltairianos" liberalíssimos não aplicam o tal princípio voltairiano: na Alemanha são proibidas referências apologéticos do nazismo; na Itália um jogador de futebol foi recentemente multado por ter feito a saudação fascista, no Estádio, perante os adeptos; as hatred laws servem, exactamente, para proibir opiniões que segundo Voltaire não deveriam ser proibidas; nenhumas. Mas os "voltairianos" que temos são assim, batoteiros!
Também os esquerdistas farisaicos, bloquistas e companhia, vêm considerar a provocação aos islâmicos, não porque ofenda os seus sentimentos religiosos, a sua fé, mas porque, coitadinhos, eles são os oprimidos e nós os agressores e agredidos! E também escamoteiam as guerras do passado e a normalidade de luta de Estados e civilizações, em épocas clássicas, de guerras de tecnologia limitada.
Devemos respeitar as crenças e valores religiosos do mundo islâmico, mas não devemos ter complexos de culpa ou de inferioridade perante ele. Devíamos sim, ter o mesmo respeito, no Ocidente, pela religião e pelos valores, mitos e ritos, que implica a vida civilizada.
(A não perder o Inimigo Público de 17.02.6)

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