segunda-feira, junho 11, 2007

CARTA DA ESLOVÉNIA

Ljubljana é hoje uma cidade em que não se notam as marcas das lutas pela independência. Não nos lembramos já, mas foi aí que começou a dissolução da Jugoslávia; aí foram disparados os primeiros tiros, mas estes foram rapidamente controlados e os eslovenos depressa partiram no caminho da independência e da modernidade. Hoje, ao contrário do que acontece nos países vizinhos, já nem sequer nas mentalidades é muito visível a herança comunista. Dá a sensação que uma esponja foi passada sobre todo esse período e as más recordações que ele traz.

O país, de facto, teve uma evolução impressionante e em escassos anos. Não falamos apenas na rapidez com que se adaptou aos requisitos para a sua adesão à NATO e à União Europeia e o terem sido os primeiros na região a aderirem ao euro. Não, o que impressiona no caso esloveno é a sua atitude positiva perante a vida, que os levou a conseguir uma modernização quase generalizada das infra-estruturas, a captar investimento estrangeiro, a pôr o país na rota do turismo internacional e a fazer com que a Eslovénia, pequena em área geográfica, se tornasse fundamental para o trânsito e os contactos entre diversos países. Hoje o seu porto de Koper faz já concorrência aos portos italianos; a sua indústria, embora limitada a alguns nichos de mercado, é já uma referência e, dentro de pouco mais de seis meses, logo a seguir a Portugal, estará a presidir à União Europeia.

Muitas vezes falamos no problema da dimensão para justificar o atraso português. Convém que olhemos para a Eslovénia para vermos que a explicação tem de ser outra.

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