MADRID EM JULHO
Volto a Madrid sempre, e sempre com alguma emoção. Vivi aqui anos complicados da minha vida,vivi aqui em 8 ou 9 lugares diferentes, tive aqui grandes esperanças e tantas desilusões daquelas que são o pão diário dos exilados e emigrados. Morei em "Los Jeronimos", perto do Retiro; no Hotel Abeba, perto da Diego de León; na Calle Clara del Rey; na Calle de La Basilica; na Torrerenta; na Av.de Valladolid; e, finalmente, na Plaza de la Cancilleria. E nas freiras, em Campamento.
Umas vezes sòzinho, outras com a família...O Eduardo e a Catarina andaram asssim também por cá. Foram mais de dois anos, entre Junho de 1976 e Outubro de 1978, quando voltei a Portugal, deixando, entretanto, por algum tempo um pied-à-terre na Cancilleria.
E depois nunca deixei de por aqui vir ou passar. Já lá vão 30 anos.
Madrid em Julho tem outras coisas mágicas e simbólicas: pra já lembra-me Julho de 36 e aqueles assassinatos embricados - o do Tenente Castillo e de Calvo Sotelo, que deram o sinal para o Alzamiento; e imagino sempre o próprio 18 de Julho,e o assalto ao Quartel de La Montana; e o terror das Chekas; mas também esse dolorosamente nostálgico romance de Foxá "Madrid de Corte à Cheka", antes da Queda e do Dilúvio.
Desta vez estou aqui, como em tantas outras, para participar numa conferência sobre segurança euro-atlântica. Bastante menos trágico, histórico ou romântico. Hoje vão estar mais de 30 graus.
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