quinta-feira, fevereiro 28, 2008

QUE FITA VAI HOJE? - DÉCIMO TERCEIRO DIA (PARAMOS DE CONTAR?)

Esta noite (Canal Hollywood, 23.45) é exibido Dragão Vermelho, de Brett Ratner (Red Dragon, 2002). Foi a segunda adaptação do livro de Thomas Harris em que apareceu pela primeira vez Hannibal Lecter, o personagem que Jonathan Demme tornou famoso com O Silêncio dos Inocentes, interpretado por Anthony Hopkins (The Silence of the Lambs, 1991), adaptação do segundo romance da série. Esse filme prenunciou aquilo a que podemos chamar "a banalização do mal", que é o reverso da "banalidade do mal" de que falava Hannah Arendt a respeito do insignificante Adolf Eichman. O florescimento recente dessa tendência cinematográfica esteve bem patente na colecção de filmes que vimos na passerelle dos Oscars, com uma considerável galeria de monstros. E o resto, salvas raras excepções, é só desencanto e desapontamento. Vivemos tempos de grande amargura, ou o cinema que vemos não fosse o espelho da nossa alma colectiva. Red Dragon teve uma primeira adaptação cinematográfica uns anos antes de que Hannibal Lecter fosse uma celebridade. Foi Manhunter, que tem passado algumas vezes na televisão (Caçada ao Amanhecer, 1986). Essa primeira cinematização não teve muito êxito, embora a opinião geral hoje em dia, e a minha, é a de que é um filme mais interessante do que a versão recente. Foi realizado por Michael Mann, um realizador que há dias aqui referimos. Mann, hoje muito conceituado como cineasta, passou uma boa parte da sua carreira no limbo das produções de televisão, onde foi responsável pelas séries Miami Vice e Crime Story (alguém se lembra desta? - um exercício cromático que fazia para Las Vegas o que Miami Vice fez para Miami, com Dennis Farina e a canção de Del Shannon "Runaway"). Nascido em Chicago (1943), estudou cinema em Londres e foi contemporãneo e colega no cinema publicitário de Ridley Scott, Alan Parker e Adrian Lynne (comparem-se os filmes de um e outros - guardadas as devidas proporções artísticas). Registo a seguir os títulos em português dos filmes mencionados então e de outros do mesmo realizador: Thief (1981) chama-se em português O ladrão profissional; Heat (1995), Cidade sob Pressão (Al Pacino e Robert de Niro), Collateral (2004), com Tom Cruise, Colateral; The insider (1999), O informador. E hoje cumpro uma das minhas promessas: o título dado em Portugal a The Sheepman, de George Marshall, foi O irresistível forasteiro.

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