QUE FITA VAI HOJE? - UM DIA EM CHEIO, SEGUNDA PARTE
Antes de passar ao programa de hoje - que não é para deitar fora - ainda umas palavras sobre o dia de ontem. Por favor não me morda o pescoço ou O Baile dos vampiros talvez tenha parecido mais engraçado à época da sua estreia do que pode hoje parecer. Nunca foi dos meus predilectos, mas não podemos esquecer que devemos a Roman Polanski, entre algumas outras coisas, talvez, o quase perfeito Rosemary' Baby (1968) e Chinatown (1974), este último em particular, uma genial reinterpretação do "cinema negro", o melhor filme de Faye Dunaway, um John Huston insuperável como melíflua e assustadora encarnação do Mal, um filme em que até Jack Nicholson vai bem, num papel que é uma esplêndida revisão do "detective privado". Tempestade (Perfect Storm, 2000) é um filme correcto, bem interpretado e bem executado mas não muito convincente e por natureza falseado; o livro em que se baseia, um tour de force literário e jornalístico de Sebastian Junger, sem inventar nada, usando casos paralelos, exemplos, outras histórias bem documentadas, os fragmentários registos da história verdadeira que conta, faz "viver" como se lá estivéssemos a história do naufrágio de um pesqueiro apanhado tragicamente pela confluência da sua circunstância e de uma "tempestade perfeita": o filme tem de nos "mostrar" o que ninguém viu e ninguém sabe exactamente como foi. Só mais duas linhas sobre Lolita: trata-se de um dos poucos livros de Nabokov que não li, mas penso que a meticulosidade cerebral e o tipo de sentido do humor de Stanley Kubrick se ajustam muito bem ao estilo do escritor e o filme é um dos melhores que assinou, com um fantástico James Mason. Hoje - dois clássicos americanos: Ter e não ter (To Have and Have Not, Howard Hawks, 1944), a espampanante entrada em cena de Lauren Bacall no cinema de Hollywood, às 23.30 na RTP2, e Fúria sanguinária (White heat, Raoul Walsh, 1949), com James Cagney, há pouco aqui falado. No canal Hollywood, às 21.30, um excelente "divertimento": A paixão de Shakespeare (Shakespeare in Love, 1998, John Madden). A relação de Sakespeare com o cinema, de resto, daria para muitos e muitos capítulos.
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