A CRISE E A BOLSA
Em 1987 assisti na primeira fila à segunda-feira negra do mercado bolsista, o Black Monday, dia 19 de Outubro (tive que ir ver a data): num só dia, o Dow Jones Industrial Index, o índice a que normalmente nos referimos quando falamos da bolsa de NY, perdeu, percentualmente, mais de metade do que perdeu até agora desde o seu máximo de sempre, que atingiu noutro Outubro, o de 2007, há praticamente um ano. Nesses remotos dias de há vinte anos, o DJI estava abaixo de 2.000 pontos, ou seja desde então até ao máximo do ano passado o seu "valor" multiplicou-se por mais de sete vezes. Em Agosto de 87 tinha atingido o seu máximo de então, um pouco acima dos dois mil pontos, valor que não voltaria a ultrapassar senão dois anos depois. Não muito antes do crash de 87 um conhecido semanário financeiro americano admirava-se em grandes parangonas com a possibilidade de o DJI ultrapassar o mil pontos. Aos preços do fecho de hoje, depois da hecatombe dos últimos dias, o DJI "vale" quatro vezes o que valia há vinte anos. Isto não quer dizer tudo, nem sequer muito: tudo é relativo e quase nada é absolutamente comparável, tantos são os factores a considerar, tantas as comparações possíveis. Só as emoções humanas são de uma monotonia e regularidade que nunca falham, mais matemáticamente previsíveis do que as elocubrações de qualquer matemática. No mundo financeiro as emoções que contam são sempre as mesmas: o medo e a ganância.
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