LA CINA É VICINA
Há uns jornalistas que publicam reportagens e livros sobre a história de miséria, prepotência e corrupção da gente do campo, aparecem na televisão e tornam-se celebridades, e cineastas que fazem filmes sobre as malfeitorias do poder - com a ajuda ou a colaboração das entidades estatais. Vendem dezenas de milhares de exemplares ou ganham não sei quantos prémios nos festivais de cinema e passam nas salas de cinema do mundo inteiro. Toda a gente fala deles. As autoridades locais, a certa altura, incomodam-se - e, mais ou menos preguiçosamente, proibem, censuram, processam. Os escritores ou os artistas reclamam e falam do respeito pelo "império da lei" e pela sagrada "liberdade de expresão", os críticos estrangeiros confiam em que o bom senso levará finalmente a melhor e as censuras, as proibições, os interditos acabarão por se desvanecer. É na China, na República Popular fundada por Maozedong e, até ver, um país oficialmente comunista. O mesmo país onde uma actriz e cineasta tem o blog mais visitado do mundo - principalmente por chineses, é de presumir, porque quem lá fôr sem ter aprendido mandarim verá que é chinês para nós. La Cina é vicina, dizia Marco Bellochio, num filme muito velhinho dos moderníssimos tempos do glorioso "maoísmo" ocidental. E está pertíssimo, mas não é no sentido que então havia quem pensasse.
(O livro é, na versão inglesa disponível em todo o mundo, Will the boat sink the water?; sobre os recentes filmes chineses dignos de nota o crítico do Financial Times Nigel Andrews publicou num dos últimos fins de semana uma boa panorâmica.)
(O livro é, na versão inglesa disponível em todo o mundo, Will the boat sink the water?; sobre os recentes filmes chineses dignos de nota o crítico do Financial Times Nigel Andrews publicou num dos últimos fins de semana uma boa panorâmica.)
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