QUE FITA VAI HOJE? - O CARTEIRO TOCA SEMPRE DUAS VEZES, OU MAIS
Esta noite, às oo.45, na RTP1, é exibida outra vez a versão mais recente - e a menos interessante, se descontarmos os interesses inconfessáveis - de The Postman Always Rings Twice (1981) com Jessica Lange e Jack Nicholson, sob a direcção de Bob Rafelson e com argumento menos do que ilustre de David Mamet, argumentista, dramaturgo e cineasta cujo talento tem sido mais bem empregue em muitos outros casos. A versão mais celebrada deste romance "negro" de James M. Cain é a versão americana de 1946 com John Garfield e Lana Turner, realizada por Tay Garnett. Luchino Visconti baseou-se neste mesmo romance para a sua primeira longa-metragem, Ossessione (1942), uma estranha escolha, uma bela estreia e um filme precursor em mais do que um aspecto. James Cain foi autor também do livro que deu origem a um dos mais perfeitos exemplares do chamado "filme negro" e uma das "obras primas" do género que melhor resistiram à passagem do tempo: Double Indemnity (1944), de Billy Wilder, com Barbara Stanwick e Fred Mac Murray, num dos seus papeis de falso bom rapaz, com um toque de velhacaria, em que mais se distinguiu como actor - neste filme, em O Apartamento (1960, de B. Wilder também, com Jack Lemon) ou em Os Revoltados do Caine (The Caine Mutiny, Edward Dmytryk, 1954). Se Double Indemnity lhes aparecer uma noite destas não o percam. Na adaptação cinematográfica colaborou o grande Raymond Chandler, um dos pontos altos da sua passagem desconfortável e relativamente breve por Hollywood.
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