QUE FITA VAI HOJE? - O REGRESSO
Nunca mais era sábado. Mas o programa de hoje - que por acaso é sábado - é irresistível. Na RTP 2, mais uma sessão dupla de primeira: às 22.45, Niágara (Niagara, 1953), com Marylin Monroe, num dos filmes que consagraram a sua star quality, e o maior intérprete no cinema americano da melancolia vulgar, Joseph Cotten, um homem íntegro, elegante, talentoso (e fraco?), um aristocrata, destinado sempre ao mais doloroso desencanto (a que Hitchcock, por uma vez, num dos seus melhores filmes, The shadow of a doubt, 1943, soube dar uma aura sinistra) - é um filme de Henry Hathaway, um dos muitos filmes notáveis deste veterano de "segunda linha", com uma fantástica fotografia a cores, um filme "negro" num technicolor "planturoso", como gostava de dizer Manuel Gama, patrono deste "diário", com fotografia de Joe MacDonald (e Lyle Wheeler na Art Direction - e o muito que haveria a dizer sobre este departamento da cinematografia, tão pouco lembrado, também chamado às vezes production design); a seguir, às 00.15, Cão danado (Nora inu, 1949) um filme de Akira Kurosawa, "mestre Akira Kurosawa" no chavão consagrado, o grande cineasta japonês de Os Sete Samurais, Trono de Sangue, etc., numa das suas incursões na contemporaneidade, um filme "negro", no Japão do pós-guerra. Chega.
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