1808
Vai chegar a Portugal o best-seller brasileiro 1808. Conta a história da "fuga" para o Brasil da Rainha de Portugal, do Príncipe Regente D. João VI e da Corte e de muita gente importante, nas vésperas da primeira invasão francesa. O autor do livro, Laurentino Gomes, reconhece a inteligência política e geo-estratégica da avisada decisão real, apesar de todos os seus remoques sobre Portugal e a Família Real. A iniciativa de D. João VI explica, entre outras coisas, que nunca tenhamos chamado à resistência aos desígnios napoleónicos "guerra da Independência", como chamam à sua os espanhóis, com o seu Pepe Botella, o irmão de Napoleão que chegou a reinar em Espanha. O Rei de Portugal foi sempre Rei de Portugal e os exércitos franceses nunca fizeram mais do que ocupar uma pequena parte do território nacional de então. 1808 tem muita informação fascinante e refere documentação não menos interessante (pelo menos para ignorantes como eu). Haverá, espero, historiadores para fazer a sua crítica. Para já, é pena que na ânsia de denegrir o Portugal católico da época se diga, logo nas primeiras páginas que o nosso país foi o último a abolir o tráfico de escravos e, a seguir, que foi também o último a abolir a Inquisição. Independentemente dos méritos da escravatura ou da Santa Inquisição, não é verdade nem uma coisa nem outra.
1 Comentários:
O Laurentino Gomes lá sabe o que tenta ensinar. Na verdade, deviam os brasileiros chegar à evidente conclusão, de que o Brasil é independente desde 1808. É que a transferência da capital para o Rio; a criação do Banco do Brasil; a abertura das embaixadas estrangeiras na corte aí estabelecida; a permanência dos ministérios do reino na novel capital. Enfim, leituras diversas.
Não são apenas os brasileiros a dizer os disparates do costume, porque aqui é o mesmo. No entanto, são exactamente as mesmas inteligências que tecem loas á atitude dos monarcas da Holanda, Noruega, Grécia e Jugoslávia, durante a II Guerra Mundial. É a canalhice habitual...
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