quarta-feira, novembro 22, 2006

Os teo-cons

A religião, como toda a gente sabe, só merece respeito se não for cristã – e tanto mais respeito quanto maior capacidade e entusiasmo mostrem os respectivos crentes para degolar incréus. Somos secularistas mas não somos parvos.
No mundo anglo-saxónico, theocons é um termo que tem sido usado para designar com a natural dose de reprovação a gente religiosa que se mete em política (como em Theocons, um livro recente que tem como subtítulo "a América secular em perigo", e muitas outras publicações e opiniões sobre o perigo que representa a religião (cristã). Com hífen – theo-cons – o jornalista inglês John Lloyd atribui-lhe um sentido muito diferente, para não dizer inverso: usa-o para designar um crescente número de pessoas sem religião, ou nada praticantes, que no entanto vêem nas religiões cristãs e em particular na Igreja Católica um dos últimos baluartes dos "valores" que acham importantes para a sobrevivência e saúde das nossas sociedades. Como ele diz, "alguns secularistas estão a chegar à conclusão de que a Igreja é cada vez mais a sua derradeira protecção". Alvíssaras.

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