PASSEIO DE DOMINGO - PARIS, ANNÉES 60
"Et Nous avions 20 ans!" Isso era o principal, embora eu me tenha convencido que aprendi - fui aprendendo - a viver com a idade que Deus me vai dando. Mas ontem lá fui ouvir o Aznavour, em "la dernière tournée". Casa cheia, um bocado "pró idoso"- o público - e muito em revival, mesmo nos trajes. O Aznavour, nos 84, lá se aguentou em palco hora e meia, e tirando "um fadô" e uma cantiga ecológica que decidiu incluir no repertório, muito bem!
Com essas nostalgias todas, achei que não havia hoje melhor para ir que a Paris. No (fim) dos anos 60, quando lá fui pela primeira vez. Paris era então a cidade-santa da nossa geração - dos livros da "droite buissonière", das memórias do Notre avant-guerre, da"Algérie Française", da "OAS Metropole", e donde partiam para o fim do Império os heróis do Lartéguy. Isto pelo que tinha a ver só com a nossa "tribo" ideolgicamente territorializada.
De resto, como para todos os mortais, Paris era as ruas do Quartier Latin, era os pintores de Montmartre (o Utrillo do"Montmartre sous la Neige"), era a Brigitte Bardot, os "films noirs" e policiais do Jean-Pierre Melville, com o Alain Delon e o Lino Ventura. Mas era sobretudo as ruas, a chuva miúda, os "Dauphine", os"livres de poche", os cigarros Caporal. E aquela expectativa de que a mulher mais bonita do mundo podia de repente sair de uma "boutique" da Avenue Montaigne ou do Faubourg Saint-Honoré e deixar-nos olhar para ela, como se nos fosse ligar alguma coisa.O Aznavour (ainda) tem a ver com isto, pelo que fez sentido ir lá ontem.
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