Direita, volver
O rótulo "direita" anda com imensa procura. Em certo sentido pode ser bom sinal. Mostra, talvez, que deram os seus frutos os esforços do que supomos que é o que alguns chamam sem grande precisão "direita dura"; temos de reconhecer que também contribuem para esta recente popularidade as tendências que se manifestam noutros quadrantes e o facto de que ser "de direita" já não dói quase nada e pode render alguma coisa. Mas tanto faz. Conta-se que um velho beirão a cuja porta passava, nos tempos ominosos da ditadura, um ruidoso cortejo de entusiastas do Estado Novo gritando "Salazar é nosso, Salazar é nosso!" lhes lançou: "Quem é que vos io’quer! Levandemdenoseú!": o combate político e cultural que interessa – na "batalha das ideias", como lhe chamava o saudoso cineasta comunista John Howard Lawson, com a gravidade que rodeava estas coisas nos tempos da nossa adolescência– não se trava pela posse de etiquetas.
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