terça-feira, setembro 19, 2006

Recordar é viver

Releio a famosa entrevista de Oriana Fallaci com Álvaro Cunhal (em versão publicada na revista espanhola Gaceta Ilustrada, 22 de Junho de 1975, umas páginas já amarelecidas que nesta hora da morte recente da jornalista me caíram nas mãos ao remexer em papéis velhos, vantagens das mudanças).
Comentando as eleições acabadas então de realizar, Cunhal diz a certa altura: "Se pensa que o Partido Socialista com os seus 40% de votos e o partido popular democrático com os seus 27% constituem a maioria está a cometer um erro. Não têm a maioria". "Está a brincar Cunhal? – contesta a jornalista. Ou a matemática é uma questão de opinião?". "Estou a afirmar – replica Cunhal – que as eleições não têm nada, ou muito pouco, a ver com a dinâmica revolucionária..." e por aí fora. "Pluralismo, sim, mas de Esquerda", como escrevia por essa altura Baptista Bastos.
Histórias tão banais como a verdade sobre o defunto regime soviético, antes, durante e depois do consulado de José Estaline – ou sobre o felizmente vivo regime de Fidel Castro – mas parece que é preciso estar sempre a lembrar o que foi e o que é o "socialismo real" – construído sempre – esta é a parte importante – pelos doutrinadores do "socialismo ideal".

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