Uma lusofonia com pouco fôlego
Recebemos de Cátia Miriam Costa, com o título acima, o comentário que reproduzimos a seguir, dado o seu interesse e a importância do tema:
Decorreram em Macau os I Jogos Olímpicos da Lusofonia, abertos com pompa e circunstância naquele antigo território sob administração portuguesa. Quem lá esteve pôde ver um espectáculo de abertura com qualidade estética e representando todos os países lusófonos através das músicas e das danças associadas a cada um deles. Juntaram-se oito estados e um território com estatuto especial (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor Lorosae e Macau) todos partilhando o português como língua oficial e um passado comum: um regime colonial que os pusera em contacto com a cultura portuguesa.
Portugal, através do Secretário de Estado para o Desporto condecorou o Presidente da Comissão Organizadora do evento, Manuel Silvério, e pensa realizar os próximos Jogos Olímpicos da Lusofonia em território nacional. No entanto, nos meios de comunicação social quase nenhuma atenção foi dada a este evento, com excepção para a RTP África e RDP África e para notas breves na imprensa desportiva quando Portugal atingiu a 30.ª medalha. Assim, quase a totalidade dos portugueses desconhece que existiu uma iniciativa desportiva que custou milhões de euros e que reuniu povos de todos os continentes em torno de uma mesma língua, a portuguesa, que por acaso é a nossa língua. Apesar disso foi disponibilizada informação em língua portuguesa, chinesa e inglesa e a Eurovisão concedeu a utilização de 300 emissores para destaques diários de 50 minutos.
É estranho que assim seja, ainda mais quando Portugal decidiu atribuir uma condecoração que representa o conhecimento do Estado Português face a este evento e à personalidade que o conduziu. Ainda se torna mais paradoxal quando Portugal quer ser o próximo país responsável por esta realização. Parece que houve um total desinteresse em promover este evento junto dos media ou então este mostra-se perfeitamente dispensável para um imprensa ávida de notícias para vender e, certamente, a história ou a cultura portuguesa não vendem.
Contudo, outros países souberam explorar positivamente esta iniciativa, nomeadamente a República Popular da China que, com o seu pragmatismo, aproveitou para abordar São Tomé e Príncipe, país com o qual não tem relações diplomáticas (dado o relacionamento deste com Taiwan), acerca das questões económicas ligadas ao petróleo. Também, aproveitaram para mostrar o seu evento ao mundo como modo de afirmação internacional, junto de mercados que, actualmente, se vão tornando mais atractivos para uma expansão económica, iniciada a alguns anos atrás. Este também foi um ensaio para os Jogos Olímpicos que organizarão em 2008. E se alguns duvidaram que Macau seria uma placa giratória para que a República Popular da China penetrasse em força no mundo da lusofonia, enganaram-se, pois não teriam qualquer interesse em manter Macau como observador da Comunidade de Países de Língua Portuguesa não fora existir esse objectivo pragmático.
Quanto a Portugal mantém-se este desinteresse relativamente aos laços históricos que para o bem e para o mal o prendem àquilo que no presente quis chamar lusofonia e continua sem saber como aproveitar esse ponto de partida para chegar a resultados profícuos. Enquanto continuamos a consumir telenovelas brasileiras, produtos nas "lojas dos chineses" e músicas africanas, alguém aproveita para racionalizar contactos, estabelecer parcerias e mobilizar populações… Afinal, talvez a lusofonia não seja assim tão importante para Portugal…
Decorreram em Macau os I Jogos Olímpicos da Lusofonia, abertos com pompa e circunstância naquele antigo território sob administração portuguesa. Quem lá esteve pôde ver um espectáculo de abertura com qualidade estética e representando todos os países lusófonos através das músicas e das danças associadas a cada um deles. Juntaram-se oito estados e um território com estatuto especial (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor Lorosae e Macau) todos partilhando o português como língua oficial e um passado comum: um regime colonial que os pusera em contacto com a cultura portuguesa.
Portugal, através do Secretário de Estado para o Desporto condecorou o Presidente da Comissão Organizadora do evento, Manuel Silvério, e pensa realizar os próximos Jogos Olímpicos da Lusofonia em território nacional. No entanto, nos meios de comunicação social quase nenhuma atenção foi dada a este evento, com excepção para a RTP África e RDP África e para notas breves na imprensa desportiva quando Portugal atingiu a 30.ª medalha. Assim, quase a totalidade dos portugueses desconhece que existiu uma iniciativa desportiva que custou milhões de euros e que reuniu povos de todos os continentes em torno de uma mesma língua, a portuguesa, que por acaso é a nossa língua. Apesar disso foi disponibilizada informação em língua portuguesa, chinesa e inglesa e a Eurovisão concedeu a utilização de 300 emissores para destaques diários de 50 minutos.
É estranho que assim seja, ainda mais quando Portugal decidiu atribuir uma condecoração que representa o conhecimento do Estado Português face a este evento e à personalidade que o conduziu. Ainda se torna mais paradoxal quando Portugal quer ser o próximo país responsável por esta realização. Parece que houve um total desinteresse em promover este evento junto dos media ou então este mostra-se perfeitamente dispensável para um imprensa ávida de notícias para vender e, certamente, a história ou a cultura portuguesa não vendem.
Contudo, outros países souberam explorar positivamente esta iniciativa, nomeadamente a República Popular da China que, com o seu pragmatismo, aproveitou para abordar São Tomé e Príncipe, país com o qual não tem relações diplomáticas (dado o relacionamento deste com Taiwan), acerca das questões económicas ligadas ao petróleo. Também, aproveitaram para mostrar o seu evento ao mundo como modo de afirmação internacional, junto de mercados que, actualmente, se vão tornando mais atractivos para uma expansão económica, iniciada a alguns anos atrás. Este também foi um ensaio para os Jogos Olímpicos que organizarão em 2008. E se alguns duvidaram que Macau seria uma placa giratória para que a República Popular da China penetrasse em força no mundo da lusofonia, enganaram-se, pois não teriam qualquer interesse em manter Macau como observador da Comunidade de Países de Língua Portuguesa não fora existir esse objectivo pragmático.
Quanto a Portugal mantém-se este desinteresse relativamente aos laços históricos que para o bem e para o mal o prendem àquilo que no presente quis chamar lusofonia e continua sem saber como aproveitar esse ponto de partida para chegar a resultados profícuos. Enquanto continuamos a consumir telenovelas brasileiras, produtos nas "lojas dos chineses" e músicas africanas, alguém aproveita para racionalizar contactos, estabelecer parcerias e mobilizar populações… Afinal, talvez a lusofonia não seja assim tão importante para Portugal…
6 Comentários:
Lusofonia de cu é rôla sua cambada de portuga otário
Esta maria bigoduda é de refinada educação.Deves vir directa da mata,e estar por cá ilegal!
Jogos olímpicos decumentários, dromedários e gente que não vale a pena conhecer. Cátia: manda-os todos à China...
Um texto sério numa estratégia que Porugal não tem. Infelizmente. Parabéns à autora
ó costa, ó costa,que é feito dobuíça?
porta-te bem senão o patrão nogueira corta-te a mesada!
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