Em memória de Jeane Kirkpatrick (1926-2006)
Conhecia-a em Londres, em 1984 - "ano Orwell" - exactamente numa conferência organizada no âmbito desse "Ano Orwell" e que procurava juntar intelectuais e académicos euroamericanos "anticomunistas" e representantes de movimentos de resistência em todos os países ocupados ou governados por regimes comunistas. Jeane Kirkpatrick, então Embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, presidiu a esse encontro, parte das múltiplas iniciativas, na época, da II Guerra Fria, que levaria à Queda Final do Comunismo.
Kirkpatrick vinha do núcleo dos então neo-conservadores, que eram antigos democratas à direita da Guerra Fria. Foi ela, aliás, a autora da Doutrina "homóloga", a "doutrina Kirkpatrick", que fazia a distinção entre "regimes totalitários" e "regimes autoritários", os primeiros os regimes comunistas, sem liberdades políticas, nem civis, nem religiosas; os segundos regimes sem liberdades políticas, mas com liberdades religiosas, económicas e civis; Kirkpatrick achava que estes regimes não deviam ser combatidos pelos Estados Unidos, antes aceites e usados como Aliados, sobretudo quando eram aliados do Ocidente, contra o comunismo. Ou seja, em vez de subverterem pela força os regimes aliados ela sustentava que deviam respeitar diferenças.
Encontrei-a depois outras vezes, em Washigton; era uma mulher interessante, intelectualmente sólida, elegante na sua versão académica, com uma voz dominante. Uma académica na política, sem trair o pensamento e a razão nas vertigens da oportunidade, mas também 100% realista, sem devaneios nem retóricas do politicamente correcto. Que diferença dos "neo-conservadores" de hoje... Ou de ontem, porque de resposta desapareceram.
Kirkpatrick vinha do núcleo dos então neo-conservadores, que eram antigos democratas à direita da Guerra Fria. Foi ela, aliás, a autora da Doutrina "homóloga", a "doutrina Kirkpatrick", que fazia a distinção entre "regimes totalitários" e "regimes autoritários", os primeiros os regimes comunistas, sem liberdades políticas, nem civis, nem religiosas; os segundos regimes sem liberdades políticas, mas com liberdades religiosas, económicas e civis; Kirkpatrick achava que estes regimes não deviam ser combatidos pelos Estados Unidos, antes aceites e usados como Aliados, sobretudo quando eram aliados do Ocidente, contra o comunismo. Ou seja, em vez de subverterem pela força os regimes aliados ela sustentava que deviam respeitar diferenças.
Encontrei-a depois outras vezes, em Washigton; era uma mulher interessante, intelectualmente sólida, elegante na sua versão académica, com uma voz dominante. Uma académica na política, sem trair o pensamento e a razão nas vertigens da oportunidade, mas também 100% realista, sem devaneios nem retóricas do politicamente correcto. Que diferença dos "neo-conservadores" de hoje... Ou de ontem, porque de resposta desapareceram.
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