O 25 de Novembro - Thermidor Português (3)
A reacção do Norte
O voluntarismo das bases comunistas e da extrema-esquerda foi arrastando e agravando a situação, perante a cumplicidade ou ausência do poder. A reacção veio da área do país, geográfica e social, que sempre, desde o século XIX, foi o núcleo duro da reacção nacional-conservadora - o Litoral a Norte do Tejo e as Beiras. Começou em Braga, com o discreto apoio, senão mesmo encorajamento do Arcebispo, D.Francisco Maria da Silva. Traduziu-se nos assaltos, em alguns casos com destruição, às sedes do PC e marcou rapidamente um contrapeso ao poder comunista, durante o "verão quente" de 1975.
A lógica do sistema levou à contestação do terrorismo de esquerda, a partir do Portugal rural do Norte e do Centro; a lógica era de uma bipolarização, mais ou menos radical, com os movimentos clandestinos, MDLP e ELP, mitificados, bem como as redes discretas activistas, tendendo para uma reviravolta à Weimar. Cunhal e o Partido Comunista, a nível de direcção central, aperceberam-se da gravidade da situação para a "esquerda unida" - ou seja que só "desnunida" "jamais seria vencida". Na prática anteciparam para a esquerda a glosa do Eduardo, na Sexta Coluna... Os "Nove" também perceberam, a nível militar, que os conservadores tinham recuperado terreno e que a bipolarização esquerda-direita levaria à derrota do bloco PC-Extrema esquerda e que eles e o próprio PS deixariam de sobreviver como charneira, passando a esquerda sobrevivente.
Este Thermidor português foi muito semelhante ao francês, com a diferença de que os thermidorianos - Grupo do Nove, PS, Costa Gomes - recorreram a uma aliança com os militares conservadores. E não só não pagaram nada por isso, como foram capazes de equilibrar o sistema (o "seu" sistema) ao conseguir Melo Antunes que o Partido Comunista não fosse sancionado. As forças conservadoras populares também não souberam explorar o sucesso, pois não fizeram o que os comunistas tinham feito, a seguir à revolução, com as ocupações, fora da lei, de empresas e de propriedades. Por isso a mudança do sistema foi adiada e só começou em 1985, depois do fim da hegemonia eleitoral da esquerda e do CR.
O voluntarismo das bases comunistas e da extrema-esquerda foi arrastando e agravando a situação, perante a cumplicidade ou ausência do poder. A reacção veio da área do país, geográfica e social, que sempre, desde o século XIX, foi o núcleo duro da reacção nacional-conservadora - o Litoral a Norte do Tejo e as Beiras. Começou em Braga, com o discreto apoio, senão mesmo encorajamento do Arcebispo, D.Francisco Maria da Silva. Traduziu-se nos assaltos, em alguns casos com destruição, às sedes do PC e marcou rapidamente um contrapeso ao poder comunista, durante o "verão quente" de 1975.
A lógica do sistema levou à contestação do terrorismo de esquerda, a partir do Portugal rural do Norte e do Centro; a lógica era de uma bipolarização, mais ou menos radical, com os movimentos clandestinos, MDLP e ELP, mitificados, bem como as redes discretas activistas, tendendo para uma reviravolta à Weimar. Cunhal e o Partido Comunista, a nível de direcção central, aperceberam-se da gravidade da situação para a "esquerda unida" - ou seja que só "desnunida" "jamais seria vencida". Na prática anteciparam para a esquerda a glosa do Eduardo, na Sexta Coluna... Os "Nove" também perceberam, a nível militar, que os conservadores tinham recuperado terreno e que a bipolarização esquerda-direita levaria à derrota do bloco PC-Extrema esquerda e que eles e o próprio PS deixariam de sobreviver como charneira, passando a esquerda sobrevivente.
Este Thermidor português foi muito semelhante ao francês, com a diferença de que os thermidorianos - Grupo do Nove, PS, Costa Gomes - recorreram a uma aliança com os militares conservadores. E não só não pagaram nada por isso, como foram capazes de equilibrar o sistema (o "seu" sistema) ao conseguir Melo Antunes que o Partido Comunista não fosse sancionado. As forças conservadoras populares também não souberam explorar o sucesso, pois não fizeram o que os comunistas tinham feito, a seguir à revolução, com as ocupações, fora da lei, de empresas e de propriedades. Por isso a mudança do sistema foi adiada e só começou em 1985, depois do fim da hegemonia eleitoral da esquerda e do CR.
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial