O novo Goncourt
Jonathan Littell, até há pouco um desconhecido jovem norte-americano de 38 anos, acaba de se tornar famoso ao apresentar ao público francês uma obra monumental, Les Bienveillantes, escrita directamente na língua de Racine. A obra, com 900 páginas, marca a estreia literária do autor (se exceptuarmos um pequeno livro de ficção científica, publicado nos anos oitenta sob o título Bad Voltage e que o próprio classificou como "muito mau").
Com uma intensidade dramática e uma escrita de primeira ordem, depressa a obra granjeou os elogios quase generalizados da crítica, tal a impressão causada pelo realismo das descrições e a surpresa do tema. Ao fim de poucas semanas vendeu 200.000 exemplares e conquistou o Grande Prémio do Romance da Academia Francesa (26OUT) e o Goncourt (6 NOV).
Mas, de quem estamos a falar? Jonathan Littell é filho do escritor norte-americano Robert Littell. Nasceu em Nova-Iorque, vive em Espanha e escreve em francês. Apoiante de diversas causas humanitárias e tendo viajado um pouco por todo o mundo, é também consultor de política internacional. Estranho percurso o deste autor, que agora nos brinda com as confissões de um antigo oficial SS, doutorado em direito internacional, jurista e funcionário da temível SD (Sicherheitsdienst). Aí, explica ao leitor as razões do seu comportamento, os crimes e o sofrimento que viveu, as condições em que fez o que fez, concluindo que não sente arrependimento: «Je ne regrette rien: j'ai fait mon travail, voilá tout».
Jonathan Littell, que aborda aqui a questão do mal, classifica a sua obra como um «conto moral», mostrando o isolamento e as contradições do indivíduo face ao regime em que lhe é dado viver. Uma obra extraordinária, que estamos a ler e de que daremos notícia em próximo número da revista.
Com uma intensidade dramática e uma escrita de primeira ordem, depressa a obra granjeou os elogios quase generalizados da crítica, tal a impressão causada pelo realismo das descrições e a surpresa do tema. Ao fim de poucas semanas vendeu 200.000 exemplares e conquistou o Grande Prémio do Romance da Academia Francesa (26OUT) e o Goncourt (6 NOV).
Mas, de quem estamos a falar? Jonathan Littell é filho do escritor norte-americano Robert Littell. Nasceu em Nova-Iorque, vive em Espanha e escreve em francês. Apoiante de diversas causas humanitárias e tendo viajado um pouco por todo o mundo, é também consultor de política internacional. Estranho percurso o deste autor, que agora nos brinda com as confissões de um antigo oficial SS, doutorado em direito internacional, jurista e funcionário da temível SD (Sicherheitsdienst). Aí, explica ao leitor as razões do seu comportamento, os crimes e o sofrimento que viveu, as condições em que fez o que fez, concluindo que não sente arrependimento: «Je ne regrette rien: j'ai fait mon travail, voilá tout».
Jonathan Littell, que aborda aqui a questão do mal, classifica a sua obra como um «conto moral», mostrando o isolamento e as contradições do indivíduo face ao regime em que lhe é dado viver. Uma obra extraordinária, que estamos a ler e de que daremos notícia em próximo número da revista.
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