Doutrina estratégica
Do romance de Len Deighton Hope (1995), segundo volume da terceira trilogia dedicada a Bernard Samson, recentemente relido (já agora acrescento que os outros dois volumes se chamam Faith and Charity), em tradução apressada mas o mais fiel possível: "Senti que ele ainda estava a pensar no recontro com os dois homens do mercado. Não tinha sido bonito e Dicky não estava habituado a ver, nem de relance, o lado sórdido da profissão. Todos os agentes operacionais depressa aprendem que os mangas de alpaca de Londres preferem que não se lhes conte nada sobre o sangue derramado e o modo muitas vezes traiçoeiro e vil como é feita a sua vontade. Com inegável lógica, Dicky observou:'Não podemos ter a certeza absoluta de que eles tencionavam matar-nos'. Respondi-lhe: 'Para termos a certeza absoluta de que nos iam matar, só se estivéssemos mortos' ". Aqui está, em meia dúzia de linhas, a doutrina da "guerra preventiva", que ao contrário do que muita gente pensa não foi inventada pela Administração Bush e não é novidade nem na América; nos anos sessenta havia nos manuais uma expressão muito mais tortuosa para o mesmo conceito: "retaliação preventiva".
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