Tradutor, traidor
A secção das Notas&Comentários da revista Futuro Presente com o título acima é daquelas que nunca têm falta de material: as asneiras de tradução - mesmo sem falar das legendas de filmes e séries de televisão - são tantas e tão ridículas que o único embaraço é a escolha. Por exemplo, numa recente entrevista com Cristopher Priest, o autor do romance em que se baseou o filme O terceiro passo, os entrevistadores/tradutores portugueses põem-no a dizer, a respeito, justamente, da transposição cinematográfica e da vida no cinema dos seus protagonistas: "Via-os a viver em casas mais pequenas, mais mundanos...", mas claro "É um filme de Hollywood, pelo que tem belos cenários, roupas bonitas..." O que se está a traduzir por "mundano" é de certeza mundane, ou seja "vulgar", "corriqueiro", como basta o contexto para indicar. Isto não é só não perceber inglês; é, como muitas outras vezes, não perceber nada. Não é só ignorância - é o resultado da falsa alfabetização em que muita gente aprende vagamente a escrever sem ter chegado a saber ler.
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