A BOLSA E A VIDA
A Bolsa - e a vida de cada vez mais gente - são governadas "pela ganância e pelo medo" (os famosos greed and fear, na tradução de José Diogo Madeira numa recente crónica). Já se sabe. Quando as bolsas levam um abanão - logo se anuncia o fim do mundo, ou pelo menos, do sistema capitalista; quando cavalgam no sentido ascendente - há sempre argumentos para explicar como cada vez chegarão mais alto, mesmo que todas as luzes da economia, da história e do bom senso obriguem a duvidar desses prognósticos. Nada mais natural, assim, que na actualidade se dê destaque a notícias como a de um "estudo" de Francisco Louçã e Tânya Araújo cuja tese parece ser a de que "os mercados bolsistas estão a viver, há uma década, numa elevada especulação, com crises mais frequentes e perigosas..." (arrependam-se, o fim está próximo). Na circunstância, vale mais ler, por exemplo, o "Horóscopo Financeiro" assinado pelo referido J. D. Madeira no Oje de dia 22, ou o artigo de Vítor Bento no Diário Económico desta manhã. E, já agora, os livros de Nassim Nicholas Taleb, de quem referimos há uns tempos Fooled By Randomness: The Hidden Role of Chance in Life and in the Markets e que publicou recentemente The Black Swan: The Impact of the Highly Improbable, leituras divertidas e instrutivas.
1 Comentários:
Não me considero um arauto das desgraças do mercado bolseiro mas de forma alguma sou apologista da liberdade especulativa existente.
Defendo que os mercados de valores deviam estar ser tributados por algo semelhante à Taxa Tobin ( sem as balelas anti-globalização).
E também que esse tributo devia ser entregue por completo à ONU.
O capital e os seus mecanismos são predatórios e a-sociais, e logo, são necessários controlos ou pelo menos formas de equilibrar os resultados do seu comportamento.
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