Os Maus, os Bons e os Vilões
3. "Os bons" por cá
Quando se aproximava o final do regime em Portugal, os poderes deste mundo interessados, quanto mais não fosse por função, em tapar os "vazios" no pós-Estado Novo, constataram que, para a esquerda da "Situação" e até chegar ao PCP, existia muito pouca coisa: havia a "ala liberal", que aceitara o convite de Marcelo Caetano para colaborar e integrar a UN-ANP mas rompera, depois; e que, para além da simpatia de quadros tecnocráticos do regime e das "classes instruídas" de Lisboa e Porto, não tinha base social de apoio; havia a oposição republicana "histórica" - o reviralho - geralmente advogados da capital e províncias e políticos sobreviventes da Primeira República. E depois havia "os maus", os comunistas e a extrema-esquerda - maoístas, trotskystas, e grupúsculos de admiradores de Ho Chi Min, Estaline, Guevara e outros benfeitores da Humanidade! Que tinham iniciado algumas acções armadas contra a "guerra colonial".
A tradição da esquerda em Portugal tinha a ver com o jacobinismo maçonizante e anti-católico, com o comunismo e com o progressismo "cristão". Nunca houvera - ao contrário da Espanha - um Partido Socialista com base "popular".
É da convergência desta ausência ideológica e social e do lançamento de Mário Soares nos media norte-americanos, alemães e franceses, como figura cimeira da oposição democrática em Portugal, que nascem também as condições "públicas" para a "social-democracia" ou o "socialismo democrático" no nosso país, (um brinde a quem explicar a diferença ideológica entre uns e outros)! Melhor, na República Federal da Alemanha, em 1973. O PS agarrará a etiqueta esquerda-democrática, o PSD, o centro-esquerda, e partirão à conquista em competição dos votos das classes médias assustadas.
Assim, em 1974-75, quando a pressão da esquerda - dos "maus" e dos "vilões" - sublinhou para o "povo de direita" os riscos de apanhar com eles, estavam lá os socialistas de "rosto humano" e a "ala liberal" - entretanto reforçada com os quadros conservadores da província no PSD - para partilhar os medos e os votos do país "anticomunista". E foram ficando. Até hoje.
Quando se aproximava o final do regime em Portugal, os poderes deste mundo interessados, quanto mais não fosse por função, em tapar os "vazios" no pós-Estado Novo, constataram que, para a esquerda da "Situação" e até chegar ao PCP, existia muito pouca coisa: havia a "ala liberal", que aceitara o convite de Marcelo Caetano para colaborar e integrar a UN-ANP mas rompera, depois; e que, para além da simpatia de quadros tecnocráticos do regime e das "classes instruídas" de Lisboa e Porto, não tinha base social de apoio; havia a oposição republicana "histórica" - o reviralho - geralmente advogados da capital e províncias e políticos sobreviventes da Primeira República. E depois havia "os maus", os comunistas e a extrema-esquerda - maoístas, trotskystas, e grupúsculos de admiradores de Ho Chi Min, Estaline, Guevara e outros benfeitores da Humanidade! Que tinham iniciado algumas acções armadas contra a "guerra colonial".
A tradição da esquerda em Portugal tinha a ver com o jacobinismo maçonizante e anti-católico, com o comunismo e com o progressismo "cristão". Nunca houvera - ao contrário da Espanha - um Partido Socialista com base "popular".
É da convergência desta ausência ideológica e social e do lançamento de Mário Soares nos media norte-americanos, alemães e franceses, como figura cimeira da oposição democrática em Portugal, que nascem também as condições "públicas" para a "social-democracia" ou o "socialismo democrático" no nosso país, (um brinde a quem explicar a diferença ideológica entre uns e outros)! Melhor, na República Federal da Alemanha, em 1973. O PS agarrará a etiqueta esquerda-democrática, o PSD, o centro-esquerda, e partirão à conquista em competição dos votos das classes médias assustadas.
Assim, em 1974-75, quando a pressão da esquerda - dos "maus" e dos "vilões" - sublinhou para o "povo de direita" os riscos de apanhar com eles, estavam lá os socialistas de "rosto humano" e a "ala liberal" - entretanto reforçada com os quadros conservadores da província no PSD - para partilhar os medos e os votos do país "anticomunista". E foram ficando. Até hoje.
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