Cuba sí
Gullermo Cabrera Infante, um excelente crítico de cinema e escritor cubano, assina o argumento de um recente filme de Andy Garcia –Havana, A Cidade Perdida – que com todos os seus defeitos vale a pena ver: é um retrato pouco habitual de La Habana prima della rivoluzione; só a música merece o desvio, bem como alguns "números" interpretativos (Dustin Hoffman, no papel de Meyer Lansky, Bill Murray, no papel de ?); os figurinos e cenários são de um bom gosto inexcedível e há um verdadeiro portfolio de Inés Sastre, que Andy Garcia não se cansou de fotografar sob todos os ângulos. O retrato de Batista e da queda do seu regime é um dos aspectos menos conseguidos do filme (compare-se com "O Padrinho", por exemplo, que neste aspecto lhe dá dez a zero). Em compensação, o filme chama a atenção para o papel dos movimentos urbanos de contestação do regime pré-castrista, que o triunfo dos "barbudos" abafou e o regime "fidelista" liquidou ou absorveu. É uma história que alguns livros recentes contam com todos os pormenores sórdidos. É também excelente o retrato de Guevara, um dos mais odiosos personagens daquela história e ainda venerado nos altares de muito boa gente. Mas passaram os dias de glória do velho e alquebrado regime cubano: ainda agora vimos que José Latour, cubano da geração de 40, que vive no Canadá e escreve romances policiais em que o regime castrista sai sempre mal parado (os últimos que tem publicado já são escritos directamente em inglês) foi um dos convidados da Festa Literária Internacional de Paratí... É vice-presidente da secção latino-americana da International Association of Crime Writers. Só li dele um romance chamado em inglês Comrades in Miami, que não é mau.
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