Medir forças
Numa colecção de Estudos sobre Relações Internacionais da Universidade de Cambridge foi publicado How the Weak Win Wars (Como os fracos ganham guerras) que é uma interessante "teoria do conflito assimétrico" da autoria de Ivan Arreguín-Toft. É um trabalho muito académico no sentido de que aspira e se esforça por considerar o tema de uma maneira muito científica, com a linguagem própria do género, copiosa bibliografia e dezenas de notas. Inclui uma interessante tentativa de "quantificação" do que é "a força" das partes num conflito e a preocupação de definir bem os termos do que se discute. Voltaremos a ele. Para já, traduzimos seguidamente um magistral parágrafo do magnífico escritor T. E. Lawrence, mais conhecido por Lawrence da Arábia, que serve de epígrafe a um dos capítulos (ao lado de umas palavras de Muhammad Ali, antes conhecido por Cassius Clay):
"Olhando em termos práticos a área que queríamos libertar ...comecei a calcular mais ou menos quantas milhas quadradas seriam: sessenta; oitenta; cem; talvez cento e quarenta mil milhas quadradas. E como iria o Turco defender aquilo tudo? Sem dúvida por meio de uma linha de trincheiras ao longo da extrema inferior da área, se lhe aparecêssemos sob a forma de um exército de bandeiras desfraldadas; mas suponha-se que éramos (como bem podíamos ser) uma influência, uma ideia, uma coisa intangível, invulnerável, sem frente ou retaguarda, deslizando por todo o lado como um gás? Os exércitos eram como plantas, imóveis, bem presas pelas raízes, alimentadas por longos caules ligados à cabeça. Nós podíamos ser um vapor, soprando onde quiséssemos. Os nossos reinos estavam na imaginação de cada um dos nossos homens; e como não carecíamos de nada de material de que viver, também nada de material ofereceríamos para a matança."
"Olhando em termos práticos a área que queríamos libertar ...comecei a calcular mais ou menos quantas milhas quadradas seriam: sessenta; oitenta; cem; talvez cento e quarenta mil milhas quadradas. E como iria o Turco defender aquilo tudo? Sem dúvida por meio de uma linha de trincheiras ao longo da extrema inferior da área, se lhe aparecêssemos sob a forma de um exército de bandeiras desfraldadas; mas suponha-se que éramos (como bem podíamos ser) uma influência, uma ideia, uma coisa intangível, invulnerável, sem frente ou retaguarda, deslizando por todo o lado como um gás? Os exércitos eram como plantas, imóveis, bem presas pelas raízes, alimentadas por longos caules ligados à cabeça. Nós podíamos ser um vapor, soprando onde quiséssemos. Os nossos reinos estavam na imaginação de cada um dos nossos homens; e como não carecíamos de nada de material de que viver, também nada de material ofereceríamos para a matança."
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