sábado, fevereiro 24, 2007

GIVING A LIFT TO THE PRINCESS OVER BAGDAHD

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

A POLÍTICA DEPOIS DO REFERENDO: ALGUMAS LIÇÕES

Dizia Plutarco de Júlio César, que uma das características da sua “grandeza” era permanecer igual, na vitória e na derrota; não ficava arrogante no triunfo, nem humilhado no infortúnio.

A nossa vida política é capaz de não ser muito fértil em “varões ilustres” à Plutarco. Mas tirando textos mais arrogantes, como o do Doutor Vital Moreira (que consta, melhor que Afonso Costa, vai mesmo acabar com a Religião em Portugal, até 2010...) ou as banalidades sobre a “modernidade” e o século XXI, as reacções foram prudentes.

Como explicar a vitória do “Sim”, quando o “Não” – além da substância - teve uma campanha reconhecida, pelos próprios adversários, como mais fundamentada, estruturada, suportada, em termos dos dados científicos e razões sociais? A intervenção do Secretário-Geral do PS, que também é Primeiro-Ministro, contou, como sempre conta, sobre os indecisos, a voz do poder em Portugal. E veio talvez decidir a competição. Apresentando-se Sócrates, logo depois, não só a cortar “triunfalismos”, como a prometer “remédios” e correctivos para o “aborto livre até às 10 semanas” que o texto aprovado implica.

A cultura de irresponsabilidade, facilitismo, ausência de valores de orientação permanente, hiperindividualismo e o culto de “autenticidade” “faz a cada momento aquilo que te apetece fazer, desde que não vás para a cadeia e não batas na mãe” - o grande “valor” difundido pelo “telenovelismo” - orientou uma massa de gente sem convicções, para o lado que significava a facilidade e os clichés tipo “a modernidade é baril”, “soltem as mulheres”... Como se vivêssemos na Idade Média ou no Estado Talibã, antes de 11 de Fevereiro!

Não é possível, num mês, alterar este estado de coisas, porque o peso dos “indiferentes”, pesa para o “deixa fazer”, mesmo que signifique a “neutralização” de uma vida. E também não sei se alguns malabarismos tácticos, talvez “bem intencionados”, mas que retiraram coerência, princípio e força ao “Não” inspirados pela mentalidade do que é preciso é ganhar de qualquer forma, ajudaram.

O “Não” teve o mérito de trazer para a acção cívica, com sentido de responsabilidade e de combatividade, uma nova geração, que se mobilizou por uma “causa”, lutou com auto-disciplina, espírito de sacrifício e convicções, na defesa dos mais fracos entre os mais fracos.

E quanto à “crise da direita”? Os partidos para o centro do PS – o PSD e o CDS-PP – continuam em “crise”. Embora haja que distinguir que neste caso o CDS-PP esteve claramente com o “não”, enquanto a direcção do PSD deixou “liberdade de escolha”... Como se esta matéria não fosse política. Se não é política, o que é político? A contribuição autárquica? O seguro automóvel?

Se estes partidos não forem capazes de harmonizar a sua agenda com os sentimentos e convicções da direita “sociológica”, e deixar de vez de andar a reboque do politicamente correcto e em permanentes crises de liderança, arriscam-se a contar pouco e cada vez menos, nos próximos tempos. O que é capaz de não ter muita importância..

Jaime Nogueira Pinto – Professor Universitário
Publicado no Expresso a 17 de Fevereiro de 2007

domingo, fevereiro 18, 2007

ROMANTIC "CLICHÉS"- "UNFORGETTABLE"

CARTIER

A Fundação Calouste Gulbenkian continua de parabéns! No âmbito das comemorações do seu 50º aniversário já assistimos a alguns grandes sucessos, de entre os quais o principal terá sido a exposição dedicada a Amadeo de Souza-Cardoso e que bateu todos os records de público.

Agora, a Fundação traz-nos a exposição dedicada a Cartier, 1899-1949. O percurso de um estilo. Trata-se de um evento cultural da maior importância e que tem potencial para rivalizar em sucesso com a de Amadeo. A exposição começa por mostrar diversas cartas da Casa Real portuguesa à casa Cartier a exaltar a qualidade dos seus produtos; seguem-se diversas fotos da família Cartier e das suas viagens pelo Oriente, nomeadamente pela Índia. Depois, enfim, depois são as jóias fabulosas, moderníssimas, com o gosto requintado dos seus criadores. Reunem-se assim 230 jóias, relógios e objectos pertencentes às colecções de Cartier e de Gulbenkian, numa mostra fantástica que é ainda completada com alguns desenhos e estudos de diversas das peças mais emblemáticas.

Quanto à forma como as peças estão expostas, não há senão que a elogiar, tendo em conta que se consegue uma óptima visualização das mesmas, dada a magnífica iluminação que nos permite captar todo o fascínio dos diamantes. No entanto, o público já compareceu em grande número e, por vezes, não é fácil contemplarmos uma determinada jóia com o detalhe e a calma que gostaríamos. Mas isso, enfim, é o preço que temos que pagar para podermos ver, em Portugal, exposições desta qualidade, que já correram outros museus famosos, como o Britânico, o Ermitage, o Metropolitan ou o de Belas Artes, de Houston.

sábado, fevereiro 17, 2007

O MUSEU DO ORIENTE

Uma das promessas cujo cumprimento a cidade de Lisboa mais aguarda é a da tão falada inauguração do Museu do Oriente. Afinal, que outra cidade europeia tem maior interesse e direito num tal museu?

A verdade é que, muito embora o edifício Pedro Álvares Cabral esteja há muito em obras, parecia há alguns meses que as coisas estavam finalmente a avançar. As paredes exteriores começavam a ser pintadas, adivinhavam-se alterações profundas do seu interior e havia um nítido movimento de homens e viaturas à sua volta. A inauguração estava prevista para o início deste ano, mas as coisas parecem agora voltar a arrastar-se e nunca mais vemos as suas portas abertas.

Projectado por João Simões e decorado com uns belíssimos painéis de Barata Feyo, este edifício foi construído em 1939 com o objectivo de armazenar e comercializar bacalhau, pelo que acabou por ficar conhecido como "armazém do bacalhau". Agora, prevê vir a ter novas funções: acolher o acervo de arte da Fundação do Oriente e a colecção particular de um dos maiores sinólogos franceses, Jacques Pimpaneau, composta por milhares de peças de arte popular de diferentes países asiáticos. De entre as raridades anunciadas, destaque para um espantoso capacete Namban e para uma extraordinária garrafa com as armas de Filipe II, fabricada durante a dinastia Ming para comemorar a união dinástica.

O Museu promete vir a ser um dos principais pontos de atracção da capital, mas a sua criação parece estar a enfrentar dificuldades de monta. Esperamos, contudo, que estas sejam ultrapassadas depressa, porque a cidade anseia por este Museu.

BRATISLAVA

Regressei recentemente de Bratislava, ou Pressburg, como é conhecida pelos povos germânicos que por aí passaram várias vezes ao longo dos séculos. No centro dessa velha Mitteleuropa, terra de encruzilhadas, de invasões e de disputas dos impérios, a capital eslovaca é uma cidade que tem passado relativamente despercebida nas rotas do turismo internacional, vivendo sempre na sombra da atracção máxima que é a vizinha Viena ou a outrora capital da Checoslováquia, Praga. Contudo, a cidade tem grandes atractivos, sendo evidentes as mudanças que a cada ano se fazem sentir, através do cuidado que tem sido posto na recuperação do centro histórico, dessas encantadoras praças e recantos barrocos onde podemos viver tantos episódios passados. Seja a casa onde outrora Mozart deu um concerto (agora gentilmente cedida para Embaixada da Áustria), seja o patriarcado, onde os grandes da Europa, entre eles Napoleão, se reuniram para celebrar a paz, seja a velha catedral gótica (uma das poucas que não foram sendo adulteradas ao longo dos tempos, como nos garantiram).

Andando pelas suas ruas, vamo-nos constantemente apercebendo do muito que mudou nos últimos anos. Para bem e para mal. Se o centro histórico está cada vez mais bonito, já o resto é assaltado por medonhos edifícios modernos, onde se sente a falta de uma legislação que os limite em altura e em estilo arquitectural. Se os monumentos vão sendo recuperados e os restaurantes e bares vão surgindo por todo o lado, cheios de ambiente e qualidade, já é triste constatar que também muitos deles vão dando lugar aos inevitáveis macdonald ou às habituais grandes cadeias da moda.

Contudo, muito do encanto desta cidade deve-se às suas mulheres. Com efeito, traduzindo porventura essas muitas invasões e essa característica de se encontrar numa grande encruzilhada dos principais caminhos da Europa, é de destacar a beleza das mulheres de Bratislava. Loiras ou morenas, altas ou baixas, de olhos castanhos ou de um profundíssimo azul, a mulher eslovaca está certamente entre as mais bonitas do continente.

Depois disto, que dizer mais? Apenas aconselhar a que se comecem a descobrir algumas dessas cidades esquecidas da Europa Central, como Verniko Ternovo, Sófia, Bucareste, Szentendre, Ljubljana, a fantástica Cracóvia ou ainda Vilnius, Riga ou Tallinn.

WEEK-END PASSION: ROMEO AND JULIET

MEL GIBSON, PESSIMISTA ANTROPOLÓGICO

MOMENTOS DE GLÓRIA: O NAPOLEÃO DE ABEL GANCE

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

GRANDES PORTUGUESES (entrevista ao Correio da Manhã)

PERGUNTAS

a) Viu o documentário sobre Salazar, que o Sr. Prof. apresentou, exibido ontem na RTP1?
b) Viu os outros documentários já exibidos - sobre Afonso Henriques e Álvaro Cunhal? Ficou mais convencido com a apresentação dos argumentosde ambos os defensores?
c) O número de espectadores que assistiu ao documentário sobre Antóniode Oliveira Salazar foi superior àquele que assistiu ao de Cunhal. No entanto, o 'filme' sobre D. Afonso Henriques conseguiu reunir mais espectadores. Acha que poderá ser um (bom) 'presságio', isto é, será um indicador de que Salazar pode conseguir maior número de votos do que Cunhal? Porquê? E será um indicador de que conseguirá menos do que D. Afonso Henriques? Porquê?
d) O programa 'Eixo do Mal', transmitido na SIC Notícias, em parceria com o 'Inimigo Público', levou a cabo uma iniciativa em que propôs aos portugueses elegerem 'O Pior Português de Sempre' . Salazar ganhou. Que conclusões se poderão tirar desta eleição, do facto de constar na lista dos "melhores" e dos "piores"?
e) Vai ver o documentário sobre Aristides de Souza Mendes, hoje à noite? Pretende ver os restantes?
f) Vai votar em quem?

RESPOSTAS

a) Vi.
b) Só vi o programa sobre Álvaro Cunhal, mas vou ver, quando puder, o D. Afonso Henriques. Sobre o Dr. Cunhal, o programa é prejudicado pelo lado propagandístico e pedagógico tipo “reeducação dos inimigos de classe” da Dra. Odete Santos. Mas as declarações do Sr. Jerónimo de Sousa, sobre o grande complot “nazi-fascista-reaccionário”, orquestrado pela Finança e pelos media, levam-me a concluir que essa "reeducação" actua-e de que modo - sobre os próprios reeducadores! D. Afonso Henriques é o inventor do Estado português!
c) Não faço ideia... Os espectadores dependem da hora da emissão, da concorrência dos outros canais, etc. O de D. Afonso Henriques foi mais cedo. É claro que se o programa fosse “Grandes Comunistas”, ou "Grandes Internacionalistas" o Dr. Cunhal deveria ganhar! Já Grandes Portugueses...
d) O Dr. Mário Soares esteve todo o tempo à frente nesse concurso do Inimigo Público. Bruscamente, Salazar ultrapassou-o, depois de grande alarme “antifascista” pela má colocação do “pai da II República”. Que quer que lhe diga? O que disse o Dr. Soares a respeito dos Grandes Portugueses: “Esse concurso é um disparate”? Parece-me um bocado duvidosa esta mudança, afinal no dia da passagem do filme do Salazar... Fora disso, devo dizer que considero o Inimigo Público das coisas com mais graça, no seu humor nonsense, que se têm feito em Portugal.
e) Vou ver os que puder.
f) A resposta é tão óbvia, que a dispenso.

Jaime Nogueira Pinto – Professor Universitário
Correio da Manhã, 14.02.07

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Pena de morte

Só para inocentes e sem julgamento. Assim, sim.

Grande Português

DOCUMENTÁRIO SOBRE ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR
Hoje, 13 de Fevereiro, pelas 23hs 15mns, na RTP I, será exibido o documentário sobre António de Oliveira Salazar, apresentado por Jaime Nogueira Pinto.
O documentário sobre a vida de António de Oliveira Salazar, foi gravado em Lisboa, Coimbra, Santa Comba Dão, Elvas e Vimieiro, em locais directamente relacionados com o percurso do estadista que governou Portugal de 1932 a 1968. O professor universitário Jaime Nogueira Pinto apresenta António Oliveira Salazar como um grande defensor de Portugal no século XX. O documentário sublinha a faceta de Salazar como político honesto, competente, inteligente, que governou o país num século de guerras e crises.

Momentos de Glória: Alesia

Momentos de Glória: Henrique V

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Odete Santos no seu melhor

Filha de um Partido cujo pedigree democrático é conhecido de todos, a deputada comunista Odete Santos, no rescaldo do referendo, usou contra não me lembro quem o argumento terrorista de que Salazar, no plebiscito da Constituição de 1933, "também interpretou a abstenção como voto a favor". É um velho recurso dialéctico do partido que sempre defendeu e aplicou à mão armada, quando pode, o princípio de que as suas "maiorias políticas" (mesmo com 7,5% de votos) valem mais do que quaisquer maiorias simplesmente "aritméticas". Mas não tinha nada que ver com o que se discutia ontem: no famoso plebiscito de 1933 o significado da abstenção era, goste-se ou não do sistema, parte das regras do jogo conhecidas antecipadamente - e não uma interpretação a posteriori.

Aborto: o resultado

Segundo um jurista meu amigo o resultado deste referendo não difere muito do primeiro: uma maioria muito significativa do eleitorado continua a não se decidir por mudar a lei. O que se aplicou, continua a aplicar-se, ganhe o não - como ganhou em 1998 - ou o sim, como agora: só uma percentagem de pouco menos ou mais do que 25% do eleitorado acha decididamente que a lei deve mudar. Não havendo, claro, um resultado vinculativo em qualquer dos casos - não se deve modificar a lei. Não é mau perder, é lógica.

domingo, fevereiro 11, 2007

As batalhas do Progresso: o vencedor e o vencido.

  • E que viva a vida !Perder uma batalha não é perder uma Guerra

    Perplexidades

    Fui há pouco votar. De regresso a casa, cruzei-me com um pequeno grupo de pessoas de meia idade, duas senhoras e um cavalheiro. Diziam que não tinham ido votar porque estas "eleições" não eram importantes.

    Independentemente das opções que se tomem, discutem-se hoje questões que têm a ver com a vida e com a morte. Decisões que têm fortes implicações morais e sociais. Mas alguns dos meus conterrâneos acham que não são assuntos importantes. Devem ter preferido ir registar o totoloto. Francamente, não entendo o mundo em que vivo.

    sábado, fevereiro 10, 2007

    New York dogfihgts-Hilary vs Rudy.

    Rudy Giuliani e Hilary Clinton no Metro de Nova Iorque...

    "According to polls, Hillary Clinton holds an early and significant lead among Democratic voters (43%, compared with 22% for Barack Obama in a Fox News poll 10 days ago). She is of course the killer fund-raiser of the race, with one of her contributors crowing this week that she'll raise more money than all the other candidates combined. So let's call her the likely Democratic nominee, even though Mr. Obama hasn't even announced yet. On the Republican side it's Giuliani time, with Fox News putting him at 34% among GOP voters and John McCain coming in second with 22%. He hasn't announced yet either, but this week he filed all the papers.
    [Rudy v. Hillary]
    Hillary and Rudy together after 9/11.

    So at the moment, and with keen awareness that not a vote has been cast, it is possible to say the state of New York is poised to become the home of both major-party presidential candidates. This is not unprecedented, but it is unusual. It happened in 1904, when New York was the home of the hero of Oyster Bay, President Theodore Roosevelt, and reluctant Democratic nominee Alton Parker, a judge on New York's Court of Appeals, who carried only the solid South. It happened again in New York in 1944, when Teddy's cousin Franklin sought a fourth term against the bland and mustachioed Thomas Dewey, the New York district attorney unforgettably labeled by Teddy's daughter, the chilly and amusing Alice Roosevelt Longworth, "the little man on the wedding cake." In 1920 both the Democratic and Republican nominees were from Ohio; Sen. Warren Harding, who seemed boring but proved sprightly, landslided Democrat James Cox, a dreamy Wilsonian who thought America wished to hear more about the League of Nations. (Illinois was the first state to enjoy dual nominees when Republican Abraham Lincoln beat Stephen Douglas, the official but not the only Democratic candidate that year.)

    Right now New York, our beloved, overtaxed, postindustrial state, is the red-hot center of the political map.

    These are exciting times, with rival gangs roaming uptown and down looking for money and support. The styles of the two tongs are different. Hillary's people are cool and give away nothing; they're all business. They're like a captain from an army about to crush you. Why should he bother to charm you?

    Rudy's people are more like old-style New Yorkers: They are pugnacious, and if you express reservations about their guy, they give you the chin. They don't make the case or try to persuade; they tilt their chins up and try to argue you into conceding he can win. As if they think it's all on them, and if they can win the conversation, he will win the nomination.

    The city, as we say in the state, is full of people who've met both candidates, know them, had dealings with them. The other night I bumped into a veteran journalist who talked about Iran. The journalist said, "I wrote Hillary and gave her good advice but she didn't write back!" I went to the American Israel Public Affairs Committee speech Mrs. Clinton gave last week, and the higher geopolitical meanings of the event aside, the crowd ate dinner as she spoke and didn't seem unduly impressed. They'd seen her before and would see her again.

    What a boon the race is for the tabloid press and the mainstream media: If New York's at the center, they're at the center. The tabloids had fun with the formal debut, via a Harper's Bazaar interview, of Judi Giuliani. The Post famously front-paged The Kiss, a posed and mildly creepy smooch -- it was a bigger story in New York than the mad astronaut -- and her recent reflections that the presidential race is "a journey" they can make "together." It left one observer -- that would be me -- saying, "Oh no, please no." In politics, in the world of political life, the proper attitude of a third wife is modesty.

    Mrs. Clinton also has an interesting spouse.

    Mr. Giuliani and Mrs. Clinton seem in a way to represent two different New Yorks, two different templates of what it is to be a New Yorker. Rudy as mayor: An embattled pol bickering with reporters trying to bait him. A Western European ethnic from the outer boroughs with a slight hunch to his shoulders. He does the chin too, or did. His people probably got it from him. He was the government-prosecutor son of a Brooklyn guy, a Republican in a Democratic town, a man who had ideas -- convictions! -- about how to cut crime and stop the long slide, and who had to move entire establishments (and if there's one thing New York knows how to make, it's establishments) to get his way. And he pretty much did, winning progress and enmity along the way. On 9/10/01 he was a bum, on 9/11 he was a man, and on 9/12 he was a hero. Life can change, shift, upend in an instant.

    Mrs. Clinton is not ethnic or outer-borough. She's suburban, middle class; she was raised in a handsome town in Illinois and lived an adulthood in Arkansas and Washington. She founded the original war room, is called "The Warrior" by some of her staff, has been fierce and combative in private, but obscures it all now under clouds of pink scarves. She literally hides the chin.

    Both candidates seem now almost...jarringly happy. As if they've arrived and it's good, which they have and it is. But good fortune distances. They are both rich now, and both have spent the past six years being lauded and praised. In both it seems to have softened their edges -- the easy, ready smile. We'll see if it's softened their heads.

    But it is significant that in Mrs. Clinton's case, for the past 30 years, from 1978 through 2007 -- which is to say throughout most, almost all, of her adulthood -- her view of America, and of American life, came through the tinted window of a limousine. (Now the view is, mostly, through the tinted window of an SUV.)

    From first lady of Arkansas through first lady of the United States to U.S. senator, her life has been eased and cosseted by staff -- by aides, drivers, cooks, Secret Service, etc. Her life has been lived within a motorcade. And so she didn't have to worry about crime, the cost of things, the culture. Status incubates. Rudy Giuliani was fighting a deterioration she didn't have to face. That's a big difference. It's the difference between the New Yorker in the subway and the WallStreet titan in the town car.

    Peggy Noonan, The Wall Street Journal, 10-2-2007

    Referendo:Última Reflexão

    Há uma gente " humanista"e "humanitária", desenfreada nas causas de defesa de"fracos e oprimidos", embevecida na autocontemplação do"heroísmo" fácil de coluna de opinião , onde vão desfiando máximas de grande altruísmo e fulminando "tiranos"( daqueles que se podem desafiar sem grandes riscos, do falecido Salazar ao George W. Bush ou aos governos da UE,cúmplices dos voos da CIA) . E equiparam Guantanamo a Ausschwitz, Peniche ao Goulag, com toda a calma.E rasgam as vestes em protesto contra as depredaçoes da mãe -Terra;e massacram-nos a paciência com a sua admiração pelos budistas que dão a volta ao quarteirão, pra não perturbarem o carreiro das formigas ou o footing do caracol! Mas não os incomoda, nem um bocadinho abrirem a porta ao aborto "à la carte", com destruição da vida dos mais fracos entre os mais fracos, transformando em regra e meio banal de resolver "complicações a eliminação à partida de um ser que já é único e é o mais inocente e desprotegido de todos nós.

    sexta-feira, fevereiro 09, 2007

    Salazar na RTP

    O programa sobre Salazar produzido para a série dos "Grandes Portugueses", escrito e apresentado por Jaime Nogueira Pinto será exibido no dia 13 de Fevereiro, terça-feira, na RTP 1.

    quinta-feira, fevereiro 08, 2007

    terça-feira, fevereiro 06, 2007

    Aborto: porque não

    Para nós – Futuro Presente – o REFERENDO do próximo Domingo, 11 de Fevereiro, é uma questão importante de civilização.
    Por isso queremos, sem quaisquer pretensões didácticas, mas por um dever cívico, deixar aqui uma reflexão colectiva, convergente, de princípio e de prática, sobre a questão, esperando que fortaleça os convencidos, ajude a decidir bem – isto é, pelo Não - os indecisos – e lance uma dúvida razoável nos partidários de boa fé do Sim.

    Tempo, oportunidade e definição

    Houve já, uma vitória do Não no referendo anterior; a repetição do referendo faz-se oficialmente na base de não terem sido atingidos os limites constitucionais da validade, a partir dos 50% de participação. As nossas questões são:
    1 - Se o Sim tivesse ganho dessa vez, haveria repetição?
    2 - Se o Sim ganhasse, desta vez, com menos de 50% de participação, será vinculativo?
    3 - Se o Não ganhar, com menos de 50% de participantes, haverá outro referendo?
    O comentário é porque há uma certa noção social de que quando as propostas "progressistas" ganham é de vez. Quando perdem, volta a repetir-se até "dar certo".

    O combate ao crime pela descriminalização

    Argumentam alguns que uma das razões para "despenalizar" o aborto (isto é, torná-lo livre e gratuito) é que as leis que o "criminalizam" não servem para nada pois o número de abortos clandestinos não diminui. Dada a evolução de outros tipos de criminalidade também prevista e punida no Código Penal parece-nos que neste raciocínio foi encontrado o ovo de Colombo da luta contra o crime: a despenalização de todos os crimes actualmente contemplados pela lei – já que a lei que os pune é manifestamente incapaz de acabar com a sua prática.

    Números

    O número de abortos clandestinos é neste momento, segundo um estudo de um claro partidário do Sim – o deputado José Magalhães – de uma média de 1000 (mil) anuais.
    O número de julgadas, condenadas e presas é neste momento de 2 (duas).
    O custo dos abortos pelo SNS e por sub-contratação a clínicas privadas (espanholas?) são cerca de 30 milhões de Euros/ano.
    A nossa pergunta é: será que este universo estatístico vale a contrapartida de retirar a protecção constitucional à vida humana? Em democracia os números contam.

    Mulheres presas

    Com o projecto governamental, em preparação (e pensamos que suspenso agora ad hoc, só para não desarmar o Sim), de que todas as penas até três anos de prisão, vão ser substituídas por uma prestação de Serviço Comunitário fica arrumado o argumento dos pró-aborto livre sobre as "mulheres presas".
    Assim, continua protegido o valor da vida e não há mulheres presas. O que aliás acontece, pela actuação normal do sistema judiciário actual.

    domingo, fevereiro 04, 2007

    Nostalgias :Ronald Reagan


    "Happy Birthday, Mr.Reagan"

    Next Tuesday would have been Ronald Reagan's 96th birthday, which is amazing when you consider he is, in a way, more with us than ever: his memory and meaning summoned in political conversation, his name evoked by candidates. I remember 10 years ago when there was controversy over the movement to name things for him -- buildings and airports. I was away from home at the time, and I realized that to talk to people in Washington about it, I'd have to land at JFK, take the FDR Drive and go through the Lincoln Tunnel.

    [Photo]

    This is America; we remember our greats. You tell yourself who you are by what you raise a statue to.

    The other day a friend asked: What do you think made him so likable to many who disagreed with him and who look back with nostalgia on his White House?

    It's funny that people like to talk about this even though they know the answers. There was the courage to swim against the tide, to show not a burst of bravery but guts in the long haul. The good cheer and good nature that amounted to a kind of faith. The air of pleasure Reagan emanated on meeting others, and his egalitarianism. He thought everyone, from Nobel Prize winners to doormen, equal. Not that he wasn't aware of status. When he stood behind Errol Flynn for a still photo to promote "Santa Fe Trail," he knew of Flynn's towering reputation. Between shots, Reagan kept quietly pushing little piles of dirt together. When he had a mound, he stood on it so that he was, literally, of equal stature. He told the story on himself for years because it was funny, and he believed in laughter. He was a little like Art Buchwald in this; he thought laughter was a value of its own. I think he thought that people who shared a laugh had in fact just voted for something together: something funny and human just got said or done.

    Lesley Stahl of "60 Minutes" was CBS's White House correspondent during the Reagan administration, and I asked her what she remembered most. She said, "We reporters would stake out 'the driveway' to see who was going in to see the president. In the first few years there was a stream of people who came to argue against his budget-cutting proposals. They would march up that driveway in a huff, smoke coming out of their nostrils as they rehearsed their angry arguments about why he was destroying the lives of poor people, or schoolkids.

    "I remember specifically a group of mayors from big cities, livid about cuts to their welfare programs, school-lunch programs, etc. They were there to give the president a scolding; they were going to tell him. And in they'd march. Two hours later, out they came. We were all ready with the cameras and the mikes to get their version of the telling off. But they were all little lambs, subdued....He had charmed them....The mayors told us Reagan agreed with them. That they had persuaded him....

    "Thirty minutes later Larry Speakes was in the press room telling us the numbers would not in fact change. The mayors had 'misunderstood' the president. Still, I'll bet anything if you talked to those mayors today, they would tell you Reagan was a great guy."

    She mentioned "his personal touch, his gallantry." You knew he was a good man and you knew he meant it. So you understood how he could be the biggest supporter of FDR and the New Deal in 1944, and the most persuasive voice for Barry Goldwater in 1964. He'd thought it through and changed, not overnight but in time and with effort. He could change his mind on abortion in the same way, and not because he feared the base. Reagan was the base.

    Last week I was at a gathering of old Reagan hands and I asked aloud if something that I'd heard might be true. It was that Mikhail Gorbachev now lives in California and has a pool. The minute I said it, a longtime Reagan friend laughed. He knew where I was going. Reagan always said what he really wanted to do with a Russian premier was get him in a helicopter, ride over Southern California, point down at the million little houses and million little pools, and say "Mr. Gorbachev, that's how the proletariat lives in America."

    But it wasn't true. Mr. Gorbachev lives in Moscow, where he has a think tank, a former cabinet secretary told me. Mr. Gorbachev had given the secretary a tour, and proudly noted that he paid for the building by renting out two floors. "Gorbachev has discovered the free market," the secretary said.

    It was almost as good.

    This led the Reagan intimate to remember being on a private plane with him one day. They had a steak and fine wine. "Reagan said to me, 'You know, I believe everyone in America can have these things.' I said, 'You really believe that?' Reagan said, 'Yes, I do.' " The intimate said to me, "See, I don't believe that, that anyone here can do it." Then he paused. "But it's good to have a president who does."

    Lately we are hearing of President Reagan's famous 11th commandment: "Speak no ill of a fellow Republican." It's a good rule for both parties, but it's good also to remember how he approached it in practice. Ronald Reagan turned his own party upside down, enraged its establishment, and threatened its immediate future when, in 1976, he mounted a fierce challenge to an incumbent Republican president. He ran full and hard against Jerry Ford and it was bitter -- the stakes were high, the issue freedom at home and abroad. Reagan lost, his challenge doomed Ford in the general election, and four years later Reagan roared back. And when he won the nomination he turned around and seriously considered as his running mate...Jerry Ford.

    When he ran against Ford, it wasn't personal. And when he almost picked Ford as his vice president, that wasn't personal either. It was more like this: This is America. We have been arguing about everything for 200 years. It's what we do. It's our glory.

    Our politics then were grimmer yet had a lighter touch. The Soviets could nuke us tomorrow; let's have a hellacious brawl. It was a serious time, but I don't think we were in general so somber, so locked in. The 11th commandment meant the fight should never be mean, low or unnecessarily injurious to the person, or the party. But a fight could be waged -- should be waged -- over big, big things.

    That he knew that is part of why we remember him as great. It's part of why when you next fly to Washington, you'll land at Reagan National Airport.

    Peggy Noonan

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    sexta-feira, fevereiro 02, 2007

    Efeitos perversos?

    Quarenta por cento dos muçulmanos de Inglaterra entre os 16 e os 24 anos preferiam viver sob a lei da sharia, trinta e seis por cento acham que qualquer pessoa que se converta a outra religião deve ser "castigada com a morte", treze por cento são admiradores da Al-Qaida, etc. - diz um estudo realizado e publicado há pouco em Inglaterra pelo centro de estudos Policy Exchange. Nas palavras de um dos principais autores do estudo, Munira Mirza, The emergence of a strong Muslim identity in Britain is, in part, a result of multicultural policies implemented since the 1980s which have emphasized difference at the expense of shared national identity and divided people along ethnic, religious and cultural lines.

    31 Janeiro

    A semana que passou foi pródiga em falecimentos de amigos. Uma semana triste, com a notícia das mortes, primeiro do Cor. Rodrigo da Silveira e do Prof. Ruy de Albuquerque: o Rodrigo da Silveira era sobretudo grande amigo do meu sogro; bravo oficial de Cavalaria, um excelente cavaleiro, um homem de grande carácter e integridade. Vi-o mais nos últimos tempos, por causa de um projecto editorial de "memória" de um amigo comum; na missa do sétimo dia, nos Jerónimos, olhando os cabelos brancos de muita gente, muitos militares da guerra de África, estava a lembrar-me do que ele viu e viveu nessas últimas memórias do Império, há 40 anos, quando esteve na ZOT e na segurança de Cahora Bassa.

    Fui lá parar, a Cahora Bassa, há meia dúzia de anos, por uma dessas voltas curiosas que a vida dá. Ali nos Jerónimos, pensava nele e em todas essas últimas gerações do Império, lembrando-me da "Nostalgia de Hesíodo" de Carlos Eduardo de Soveral. Viemos depois ou antes do tempo dos Heróis? "Right people, wrong time".

    Outro morto, amigo e ilustre, foi o Prof. Ruy de Albuquerque. Foi meu professor no 1º ano da Faculdade de Direito, quando era Assistente de Raul Ventura, em Direito Romano. Raul Ventura – diga-se en passant – era um professor extraordinário, de inteligência, de sentido de humor, dava umas aulas muito interessantes. Aliás, a sua especialidade não eram as histórico-jurídicas mas o Comercial. Mas fez um manual de Direito Romano interessantíssimo, típico de obra de um homem superiormente inteligente que tem de preparar e dar uma matéria em que não é um especialista. A partir da leitura de uma série de "manuais" de Direito Romano, Ventura conseguiu fazer magníficas lições.

    Ruy de Albuquerque além de inteligência e auctoritas, como jurista, era um homem brilhante, um grande conversador, com sense of humor, larga memória. E era sobretudo uma pessoa de convicções firmes, e que não as mudava por modas ou vagas.

    O terceiro desaparecido foi o Dr. Luís Ribeiro, Administrador da PTII. Conheci-o por pouco tempo, infelizmente, já estava doente. Mas era uma pessoa de grande lucidez, entusiasmo e sobretudo bondade. Os patetas pseudo-queirozianos que dominam "culturalmente" o espírito do tempo cultural e mediático, fizeram da bondade uma qualidade de "segunda ordem". Ser astuto, hábil, malandreco, chico-esperto, é que é bom.
    O Luís Ribeiro estava nos antípodas desta "cultura". E a sua coragem de "viver habitualmente" e até ao fim, a trabalhar, a preocupar-se com um bom trabalho, é espantosa. Que Deus o guarde.

    Dia a Dia: 31 de Janeiro

    Continua em crescendo, a campanha do referendo. A 30 de Janeiro foi a abertura da campanha pelo "Não" –e em defesa dos mais desprotegidos dos seres humanos – em Braga. Braga é o coração do "outro país", o país cristão, patriota, pelos vistos verdadeiramente humanista. Artigo muito interessante também no Público desse 30 de Janeiro, comparando as duas campanhas – a disciplina, a organização, a convicção – do Não, onde as pessoas estão "como se isto fosse a coisa mais importante das suas vidas" e o diletantismo, fragmentação e contradições ideológicas e partidárias do "Sim".

    Que também segundo O Público de 31 de Janeiro, fizeram uma abertura de grande flop, na Baixa lisboeta.

    Também, na mesma edição, EPC se indigna com a atitude do JN que acha pouco "ética", para um título de primeira página. Só vêem mesmo o que lhes apetece ver!

    É curioso, nesta campanha pelo "Sim", e à medida que os dias correm, os "tiques" tradicionais da esquerda jacobina e libertina, à portuguesa; a arrogância de Vital Moreira, qual esopiana Rã bem inchada de presunção jurídico-constitucional, a "leveza" neflibática de Lídia Jorge, falando do embrião como essa "coisa" humana! Pior só José António Pinto Ribeiro, com a imagem de ovos e frangos! A cassete dos pêcês; a agressividade das "claques" itenerantes do Bloco, quando se apanham em zonas mais periféricas, longe das câmaras da TV. E, para meu desgosto, no meio deste cocktail mal informada, algumas pessoas que não deviam lá estar; pelo menos tão cedo e tão bruscamente.

    E o pano de fundo dos media e dos comunicadores politicamente correctos, ignorantezecos, esses sim sem quase nenhuma "objectividade".

    Mas também é magnífico ver, no "Não" tanta gente nova mobilizada, com disciplina, com funcionalidade, na rua, nos debates, na blogosfera, activos, activistas, com causas e convicções, em vez da "bacoquice" destes "direitistas" pró-aborto, que desertam nestas "questões de civilização" mas esperam os votos dos cristãos na hora das eleições.

    P.S. À noite, noutro debate do aborto vejo aquele personagem, o irmão do Pinto da Costa, espécie de profeta barbudo e solene, contrastando com a bonomia manhosa do mano...