sexta-feira, agosto 24, 2007

SER CONSERVADOR : A VERSÃO ANGLO-SAXÓNICA - 4

"Há dois problemas de que os conservadores sempre tiveram aguda consciência. O primeiro é o das consequências indesejadas - de que, dada a complexidade e a inter-relação das coisas, quando se inicia um processo de mudança a grande escala põe-se em marcha muito mais do que tinha em mente o iniciador e o resultado pode ser muito diferente daquele que se pretendia. Assim, nas palavras de Burke, 'Esquemas muito plausíveis com começos muito amáveis têm frequentemente consequências vergonhosas e lamentáveis". Para acabar com a matança dos elefantes proibiu-se o tráfico de marfim. A medida tornou o marfim escasso. Os preços subiram e aumentou portanto o estímulo para a caça furtiva. Mais gente se dedicou a ela - e mataram-se mais elefantes do que antes da proibição.

O segundo problema é o da função latente. Para além das suas funções aparentes, as instituições muitas vezes desempenham outras, funções ocultas de natureza muito importante - o que pode não se tornar visível senão depois de se terem desmantelado essas instituições. No seu livro de 1959 Political Man, geralmente considerado um clássico do género, Seymour Martin Lipset observa "o facto" aparentemente "absurdo" de que 10 das 12 mais estáveis democracias Europeias e Anglófonas sejam monarquias. Isto, no entender de Lipset, não podia acontecer por acaso. A explicação que dá é a seguinte: durante as mudanças sociais e económicas rápidas e profundas dos cem anos anteriores, que aparentemente tinham ido tornando cada vez mais irrelevante a monarquia, a instituição desempenhara o papel crucial de conservar a lealdade dos grupos que saíam a perder dessas alterações: a aristocracia, os tradicionalistas, os sectores clericais e rurais. A persistência da instituição central dava-lhes o reconforto de que o mundo que conheciam não estava totalmente perdido, de que era possível adaptarem-se à nova ordem social e política. Em contrapartida, nos países que se tinham desfeito da Monarquia (p.e. a França, a Alemanha e o Império dos Habsburgos depois da I Guerra Mundial), a concórdia e a
estabilidade provaram ser um bem muito mais escasso. Assim, conclui Lipset, as mudanças que aparentemente tornavam a monarquia mais anacrónica na realidade aumentaram a sua relevância como "uma importante instituição tradicional integrativa num período de transição'. "

Owen Harries, "What Conservatism Means", The American Conservative, Novembro de 2003

A BOLSA E A VIDA

A Bolsa - e a vida de cada vez mais gente - são governadas "pela ganância e pelo medo" (os famosos greed and fear, na tradução de José Diogo Madeira numa recente crónica). Já se sabe. Quando as bolsas levam um abanão - logo se anuncia o fim do mundo, ou pelo menos, do sistema capitalista; quando cavalgam no sentido ascendente - há sempre argumentos para explicar como cada vez chegarão mais alto, mesmo que todas as luzes da economia, da história e do bom senso obriguem a duvidar desses prognósticos. Nada mais natural, assim, que na actualidade se dê destaque a notícias como a de um "estudo" de Francisco Louçã e Tânya Araújo cuja tese parece ser a de que "os mercados bolsistas estão a viver, há uma década, numa elevada especulação, com crises mais frequentes e perigosas..." (arrependam-se, o fim está próximo). Na circunstância, vale mais ler, por exemplo, o "Horóscopo Financeiro" assinado pelo referido J. D. Madeira no Oje de dia 22, ou o artigo de Vítor Bento no Diário Económico desta manhã. E, já agora, os livros de Nassim Nicholas Taleb, de quem referimos há uns tempos Fooled By Randomness: The Hidden Role of Chance in Life and in the Markets e que publicou recentemente The Black Swan: The Impact of the Highly Improbable, leituras divertidas e instrutivas.

DESCOLONIZAÇÃO: À INGLESA

O jornal London Review of Books (2/08/07) publica uma longa recensão de três livros recentes sobre a "descolonização" do Império Britânico. Ali se discutem, por exemplo, os "factores" da descolonização britânica, as características e historial do Império e outros temas de interesse mais do que local e circunstancial, como o destino das antigas colónias. Ali se escreve que - por motivos próprios das classes dirigentes britânicas - cedo a Grã-Bretanha se concentrou "na tarefa essencial que restava executar: não a de resistir à descolonização mas a de lhe dar o aspecto mais positivo que fosse possível". Não convinha dar razão aos "imperialistas, uma gente em geral pessimista", que há muito anteviam as consequências de certas políticas do "Ocidente".
Também conhecemos a nossa "descolonização exemplar". O resultado para os "descolonizados" não foi melhor - nem pior, salvo excepções - num caso do que no outro.
Os livros em questão são Britain's Declining Empire. The Road to Decolonisation, 1918-1968, de Ronald Hyam, The Last Thousand Days of the British Empire, de Peter Clarke, e Forgotten Wars: The End of Britain's Asian Empire, de Christopher Bayly e Tim Harper.

terça-feira, agosto 21, 2007

O DECLÍNIO EUROPEU

A obra de Walter Laqueur é suficientemente conhecida para que o autor não precise de qualquer apresentação. É um homem que nos tem marcado pela clareza dos seus pontos de vista e pela forma como os apresenta corajosamente, sem concessões ao politicamente correcto, mesmo quando sabe que causarão polémica.

O seu último livro, The Last Days of Europe: Epitaph for an Old Continent (St. Martin's, 2007) encaixa-se bem neste estilo, já que Laqueur fala-nos aqui, com a maior clareza, daquilo que considera ser o declínio da Europa. Para isso, baseia-se em três factores: em primeiro lugar, a redução drástica de nascimentos que está a alterar profundamente as nossas sociedades, pondo em causa não apenas o nosso sistema de segurança social, mas, sobretudo, os nossos valores e forma de vida familiar (em Portugal, "finalmente", já é possível abortar e os jornais gritam todos os dias, exultantes, que já tivemos mais de 500 mães que mataram legalmente a vida que traziam dentro de si); esta redução dos nascimentos leva, por sua vez, à necessidade da imigração em massa, o que tem feito com que o continente se descaracterize, sobretudo por obra desses imigrantes que recusam a integração nas sociedades de acolhimento; finalmente, a União Europeia, muito eficaz a destruir as solidariedades nacionais, mas incapaz de fornecer às suas populações um mito mobilizador de substituição.

Um livro a ler urgentemente, se ainda queremos salvar o que nos resta das nossas sociedades (precisa-se urgentemente de tradução em português).

segunda-feira, agosto 20, 2007

SER CONSERVADOR : A VERSÃO ANGLO-SAXÓNICA - 3

"Quando escreveu as 'Reflexões' [as Reflections on the Revolution in France] Burke há três décadas que estava envolvido em política ao mais alto nível. Era, no seu entender, uma actividade infinitamanete complexa, difícil e melindrosa. Os factores em jogo eram muitos e complexo o modo como se inter-relacionavam. Os políticos tinham de actuar em situações concretas, específicas, não em áreas gerais ou abstractas. Escreveu,

'A ciência da construção de uma Comunidade, ou da sua renovação ou da sua reforma, como qualquer ciência experimental, não pode ser ensinada a priori. É uma questão da mais melindrosa e complicada habilidade... Um estadista não é um professor numa universidade. Este tem apenas uma ideia geral da sociedade; o outro, o estadista, tem de combinar um certo número de circunstâncias com essas ideias gerais e tomar tudo em consideração. As circunstâncias são infinitas e combinam-se de infinitas maneiras; são variáveis e transitórias; quem não as tenha em conta não está só enganado mas doido varrido - é metafisicamente doido.'

Por outras palavras, discriminar em função das circunstâncias é sempre mais importante do que a coerência em termos dos princípios e da lógica, e insistir na coerência sem ponderar as circunstâncias e as consequências será provavelmente desastroso. Pensem nisto sempre que alguém insista em que porque tratámos de uma certa maneira o país X (em matéria de direitos humanos, por exemplo) seria hipócrita não tratar da mesma maneira o país Y, independentemente da diferença entre os dois países ou da diferença das relações que temos com um e outro. Como disse uma vez Dean Acheson, 'Não me preocupa minimamente que alguém me possa perguntar porque é que o que eu disse sobre a Grécia não é verdade em relação à China. Serei cortês. Serei paciente e tentarei explicar porque é que a Grécia não é a China. Mas sem grande entusiasmo.'

Para Burke, a sociedade não é uma colecção de indivíduos vagamente relacionados nem um mecanismo composto de partes intercambiáveis. É um organismo vivo e qualquer coisa que afecte o bem estar de alguma das suas partes afectará o todo. Assim, insiste ele, é 'com infinita cautela que qualquer homem se deverá aventurar a deitar abaixo um edifício que venha há muito respondendo em alguma tolerável medida ao propósito comum da sociedade'."

Owen Harries, "What Conservatism Means", American Conservative, Novembro de 2003

domingo, agosto 19, 2007

MAR DO OESTE - FOZ DO ARELHO E CECÍLIA MEIRELES




Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.

Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.

(Cecília Meireles)

sexta-feira, agosto 17, 2007

TORREBELA

Está de novo em exibição nos cinemas o filme Torrebela, um documentário sobre a ocupação das propriedades do Duque de Lafões, no Ribatejo, em 1975. É uma janela aberta de par em par sobre o PREC - e a vista que de lá se tem é tremenda. Quem tiver estômago para ver este extraordinário documento fica a perceber o alívio generalizado que em Portugal se respirou após o 25 de Novembro - e porque o país praticamente em peso "assinou por baixo", como se diz. Foi verdadeiramente o tempo maior do mal menor. O "dossier de imprensa" do filme inclui um texto em português mascavado do realizador Thomas Harlan, em que além do mais nunca acerta com o nome próprio dos Duques de Lafões. O cineasta alemão manifesta uma original compreensão do que é "um movimento campesino", feito como ele diz de "ex-trabalhadores agrícolas, antigos imigrados (sic) que voltaram ao país, reincidentes (supõe-se que na prática de algum crime?), bêbedos, prisioneiros políticos libertados (um, dois?)". Um blogger entusiasta desta epopeia da "ocupação selvagem" observa, em tom de lamento, que o filme retrata "um período irrepetível da História do Portugal Contemporâneo". Dá a impressão de que gostaria de o ver repetido, no que poucos o devem acompanhar. Fiquei a saber, entretanto, que Thomas Harlan -nascido em 1929 - é um dos filhos do segundo casamento do realizador alemão Veit Harlan, um homem de talento que se distinguiu na cinematografia do III Reich e cujo filme mais conhecido é "O Judeu Süss". (Entre parênteses: Veit Harlan morreu em 1964; a revista francesa de cinema Positif, solidamente de esquerda, publicou na altura a seguinte e muito elegante notícia cronológica - cito de cor: "Temos o enorme prazer de anunciar a morte tardia do cineasta nazi Veit Harlan, realizador de 'O Judeu Süss'". A revista ainda se publica mas hoje em dia raramente a leio. Fartei-me de a ler quando era feita por Raymond Borde, Robert Benayoun, Ado Kyrou, entre outros; comprava-a regularmente na Livraria Buchholz, em Lisboa, nos tempos do obscurantismo fascista em que não tínhamos acesso à "cultura".)

NO OESTE - O PARQUE DAS CALDAS



Esta manhã passeei num sítio encantador-o Parque das Caldas.Tem as antigas termas,um lago com barcos a remos, como o (meu) Jardim do Campo Grande, árvores centenárias (não sei dizer os nomes delas, mas nunca percebi muito do assunto). É grande, atravessando uma parte da cidade. E tem uma série de estátuas e esculturas de Soares dos Reis, Leopoldo de Almeida, e outros artistas. É um excelente passeio semanal...

quinta-feira, agosto 16, 2007

CARROS BOMBA: A FORÇA AÉREA DOS POBRES

Quem estiver disposto a ficar a saber mais do que talvez queira sobre a história dos carros-bomba, pode ler Buda's Wagon, de Mike Davis, "uma breve história do carro-bomba" (Verso, 2007). Segundo o autor, o primeiro carro-bomba não foi bem um carro -foi uma carroça, a carroça puxada a cavalos e carregada de explosivos que um anarquista italiano fez rebentar em Wall Street nos anos 20 do século passado (o anarquista chamava-se Marco Buda). O autor tem "o coração no seu lugar", como dizem os ingleses, o que quer dizer que os carros-bomba do Stern Gang sionista nos anos 40 foram um sinistro instrumento daquela organização terrorista "de direita" e em compensação o uso que o Hezbollah fez dos carros-bomba no Líbano foi "implacável e brilhante". Mas está lá tudo.

P.S. Tornou-se habitual dizer dos carros-bomba - como alguém em tempos se lembrou de dizer - que "são a força aérea dos pobres", como se diz que o terrorismo é "a bomba atómica dos pobres". Percebe-se a vantagem propagandística para os bombistas e os terroristas destas comparações - e também a parte de verdade que têm.

REFORMA AGRÁRIA

"A vida dos camponeses na China" é o subtítulo de um livro acabado de publicar em inglês e que se intitula, em inglês, Will the Boat Sink the Water?. Foi escrito há três ou quatro anos - e rapidamente proscrito na China - por um casal de estudiosos chineses (Chen Guidi e Wu Chuntau). "É - diz um crítico (TLS, 10 de Agosto, 2007) - uma pormenorizada descrição da catástrofe rural sob o regime comunista". "Uma revolução não é um jantar" - como disse em 1927 o Grande Timoneiro, cujo regime se encarregou de o demonstrar à saciedade durante umas dezenas de anos, para mal de muitos e muitos milhões de conterrâneos - embora não todos: nas chamadas "esferas do poder" sempre se jantou bem.

SER CONSERVADOR : A VERSÃO ANGLO-SAXÓNICA - 2

"Tendo presente a resistência das opiniões conservadoras a um tratamento formal, é perfeitamente apropriado que o texto que é geralmente considerado a sua mais capaz e influente exposição - as Reflexões sobre a Revolução de França, de Edmund Burke - não seja a proclamação sistemática de uma tese mas uma obra de polémica provocada por uma específica situação política: uma convulsão sem precedentes na mais ilustre e poderosa nação da Europa. Os pontos fundamentais dessa filosofia política estão lá integrados de uma maneira não sistemática.

Há dois pontos a assinalar antes de mais nada a respeito das Reflexões de Burke. Primeiro, foram publicadas em 1790, antes das manifestações mais violentas da Revolução - antes do Terror, do regicídio, de a revolução ter devorado os seus filhos e de ter desembocado numa ditadura militar; ou seja, Burke escreveu com presciência e não com um conhecimento retrospectivo. Segundo, na altura em que foram publicadas ainda a Revolução era vista em Inglaterra como um grande e libertador passo em frente. A maioria dos leitores conhece os versos de Wordsworth, "Que felicidade estar vivo naquela aurora", ou a reacção de Charles James Fox: "Como este é verdadeiramente o maior acontecimento que até hoje se deu! Como é o melhor!". Ao lançar o seu ataque à Revolução, Burke não exprimia uma opinião que fosse muito popular entre as classes pensantes inglesas; ia contra a corrente.

No cerne da sua reacção estava uma profunda hostilidade ao que ele chamou, em diversas ocasiões, "especulação", "metafísicas", ou "raciocínios teóricos" aplicados às questões sociais e políticas e a sua convicção do perigo de tal aplicação. Escrevia numa época em que os revolucionários de França acreditavam seriamente que podiam reconstruir o mundo a partir do zero pela aplicação de princípios gerais e abstractos - ao ponto de terem introduzido um novo calendário para marcar o princípio desse mundo novo. Nesta crença não eram a excepção mas a regra no seio da opinião mais sofisticada do tempo, pondo em prática uma fé no poder da razão que muitos representantes do Iluminismo tinham energicamente propagado. Burke rejeitava esta crença por duas razões, uma que tinha a ver com a natureza da sociedade e da política e a segunda que se prendia com a natureza dos seres humanos e das suas faculdades racionais."


Owen Harries, "What Conservatism Means", The American Conservative, Novembro de 2003

POR TERRAS CARLISTAS

Instalado em San Sebastián, reservei um dia para ir em demanda dos locais onde estão as minhas raízes bascas: Segura e Zegama. Na primeira, para conhecer a casa dos meus antepassados directos - a Casa Arrue - e na segunda o mausoléu e a casa onde morreu o grande Zumalacarregui, cujo retrato me habituei, desde pequeno, a admirar na sala dos meus avós.

A povoação de Segura, não mais do que uma dúzia de ruas e uma bonita igreja, tudo perdido na imensidão verde dos campos bascos, é marcada por um enorme número de casas senhoriais num tão pequeno aglomerado populacional. Está aí a casa dos Elorza (o Palácio Larazabal), hoje transformada em Câmara Municipal; a casa Arrue, dos Albizu (na foto), e diversas outras, com as suas fachadas austeras, antigas, e com as suas bonitas pedras d'armas. É terra tipicamente basca, que assistiu às guerras carlistas, aos confrontos da guerra civil com os seus heróicos requetés e que, hoje em dia, é testemunha de outros combates contra o centralismo de Castela (Saramago, tenha juízo!).

Depois, parti para Zegama, a terra que ficou conhecida por ser o local da morte do famoso General Carlista D. Tomás de Zumalacarregui. Terra fantástica, de gente simpatiquíssima. Fui visitar a casa onde morreu, bucolicamente situada junto a um riacho, por entre frondosa vegetação e memórias de tempos agrestes. A igreja estava fechada, mas junto da Oficina de Turismo, invocando a minha qualidade de descendente do general carlista, consegui que a simpática funcionária me acompanhasse à vila, me abrisse as portas do templo e me deixasse ver o imponente mausoléu onde descansam os restos mortais de Zumalacarregui, em urna sob a sua estátua de corpo inteiro.

Foi em Segura, e em Zegama, que senti realmente, pela primeira vez, o apelo das minhas raízes bascas, dum povo religioso, conservador e valente que não se confunde com os esquerdistas da ETA. Mais uma vez lhe digo, Saramago, tenha juízo!

BORN IN THE USA


Das consequências da política ideológica da Administração G.W.Bush,a mais grave pode ser um novo "sindroma do Vietnam" com um espírito de derrotismo e pacifismo militantes instalado na "grande potência"ocidental,transformada num "tigre de papel".Com os "gatos gordos" e domesticados europeus,será caso para perguntar quem nos vai defender?
Ao menos a guerra do Vietnam tinha algum sentido no quadro da Guerra Fria e de defender o governo anti-comunista e aliado de Saigão e o Vietnam do Sul.E a oposição à guerra gerou uma música e uma poesia também com algum sentido e qualidade.Como este poema musicado de Bruce Springsteen:


Born In The Usa

Born down in a dead man's town
The first kick I took was when I hit the ground
You end up like a dog that's been beat too much
Till you spend half your life just covering upBorn in the U.S.A.
I was born in the U.S.A.
I was born in the U.S.A.
Born in the U.S.A.
Got in a little hometown jam so they put a rifle in my hand
Sent me off to a foreign land to go and kill the yellow man
Born in the U.S.A.
I was born in the U.S.A.
I was born in the U.S.A.
I was born in the U.S.A.
Born in the U.S.A.
Come back home to the refinery
Hiring man says "son if it was up to me"
Went down to see my V.A. man
He said "son don't you understand now"
Had a brother at Khe Sahn fighting off the Viet Cong
They're still there he's all gone
He had a woman he loved in Saigon
I got a picture of him in her arms now
Down in the shadow of penitentiary
Out by the gas fires of the refinery
I'm ten years burning down the road
Nowhere to run ain't got nowhere to go
Born in the U.S.A.
I was born in the U.S.A.
Born in the U.S.A.
I'm a long gone daddy in the U.S.A.
Born in the U.S.A.
Born in the U.S.A.
Born in the U.S.A.
I'm a cool rocking daddy in the U.S.A.

EXIT KARL ROVE


A demissão de Karl Rove, o "mentat" e estratega de George W. Bush marca o epílogo de uma tentativa de "nova aliança" e maioria consolidada "à direita" que fracassou.Reconhecendo o fracasso e antes que seja muito tarde (nos EUA, o Labour Day, 3 de Setembro, marca o recesso do ano político e começado este teria de ser levado até ao fim) Rove, ligado às vitórias eleitorais de 2004, saiu discretamente, a meio do Verão...
Ambicionando ser mais que um cabo eleitoral de primeira ordem,Rove quiz ser o arquitecto de um novo paradigma conservador na política americana.Como a vitória de Jefferson no princípio do século XIX definiu uma hegemonia do Sul e,mais tarde a vitória de Andrew Jackson marcou o sistema bipartidário.E as eleições de Lincoln e deWilliam McKinley (1896) definiram hegemonias republicanas e a de F.D.Roosevelt em 1932 uma coligação socio-política democrática,dominante por vinte anos.E Ronald Reagan recriara em 1980, uma "nova maioria" republicana e conservadora.
Rove arquitectou esta estratégia e pô-la em marcha na conturbada eleição de 2000.Abertura aos hispânicos, à classe média afro-americana,às mulheres,aos novos grupos etários 3e urbanos.O "compassionate conservatism" era isso.Foi a estratégia que em 2000 permitiu destronar Gore e em 2004,derrotar Kerry.
Mas a entrega aos neo-conservadores da política exterior,com os disparates do missionarismo democrático no Médio Oriente, deram cabo dessa base popular de apoio.Embora Rove não tivesse nada a ver com a política exterior acabou como(mais)uma das suas vitimas!

quarta-feira, agosto 15, 2007

PRISON BREAK - "FUGIR É PRECISO..."



Comecei a ver a primeira série de Prison Break e estou a gostar muito. É quase tão adictivo como o 24 HOURS e mais "denso" psicológica e substancialmente(Jack Bauer forgive me...) As prisões deram uma literatura importante, do Sílvio Pélico e do Graciliano Ramos ao "Conde de Monte Cristo" e aos "Miseráveis". Sem esquecer Dostoïevski e, é claro, todos os memoriais de presos políticos famosos do século XX, de Hitler a Nelson Mandela, que fizeram das prisões "universidades da Revolução".
E é normal que os presos procurem evadir-se, principalmente aqueles que se acham injustamente presos e os que têm qualquer coisa a fazer cá fora mais importante ou interessante. Daqui também uma "literatura" e filmografia de "evasão", também muito divulgadas, com as peripécias de preparação e execução de fugas.
Prison Break, neste género, é óptimo.Fica aqui, para os que não conhecem uma passagem mais romântica, com o herói e a sua "namorada"-a médica da prisão-que é filha do Governador do Estado. Enjoy!

terça-feira, agosto 14, 2007

SER CONSERVADOR : A VERSÃO ANGLO-SAXÓNICA - 1

"Ficou célebre o labéu que John Stuart Mill pôs ao Partido Conservador: era o 'partido estúpido'. Mill, claro, era um liberal - mas é o que são na sua maioria os intelectuais. Não há muito tempo, falando da própria experiência dos seus anos de formação em meados do século XX, o conservador inglês Roger Scruton escreveu: ' Quase todos todos os intelectuais ingleses consideravam o termo 'conservador' um insulto...[era] estar do lado da idade contra a juventude, do passado contra o futuro, da autoridade contra a inovação ... a espontaneidade e a vida'.
Além de hostilidade também é provável que haja ignorância na matéria. O conservadorismo presta-se mal a uma exposição esquemática e didáctica e é raro os conservadores tentarem-na. Na Introdução à sua antologia The Conservative Tradition, R.J. White afirma, defensivamente (ou talvez com suficiência e ironia): 'Meter o Conservadorismo num frasco com um rótulo é como tentar liquefazer a atmosfera ou apresentar uma descrição exacta das crenças de um membro da Igreja Anglicana. A dificuldade nasce da própria natureza da coisa. Porque ser conservador é menos uma doutrina política que uma forma de pensar, uma maneira de sentir, um modo de viver.' "

Owen Harries, "What Conservatism Means", The American Conservative, Novembro de 2003

14 DE AGOSTO - ALJUBARROTA



Bem ao contrário de Saramago, eu acho muito importante ou o mais importante, depois de ser cristão, ser português. E gosto e tenho orgulho de o ser, apesar de todas as marcas de decadência que nos tocam hoje, apesar de tanto compatriota"à força", como pelos vistos o próprio Saramago.
Por isso lembro com gratidão este dia 14 de Agosto de 1385, dia em que Portugal se confirmou,do modo como se confirmavam os Estados- no campo de batalha.E quando não é assim, bem frágeis ficam. E lembro esse "trio maravilha" da independência nacional -D.João I, Nun'Álvares e João das Regras. Descansem em paz, pois continuaremos o vosso trabalho. E ainda somos muitos.

segunda-feira, agosto 13, 2007

SAN SEBASTIÁN


Confesso que tenho um carinho especial por San Sebastián. Foi aí que o meu Pai, filho de uma basca e de um português, acabou por nascer. Assim, desde a mais tenra idade, por entre uma educação marcada pelo maior portuguesismo, fui sempre ouvindo o elogio da Donostia e a referência às nossas raízes bascas ("nuestras províncias", como dizia a minha Avó, que era tradicionalista e, mesmo nesse tempo, falava basco).

No entanto, nunca tinha ido a San Sebastián. Conhecia razoavelmente Espanha, mas nunca calhara passar por aqueles lados. Devo dizer agora que tinha perdido muito, pois é uma das cidades mais agradáveis do país vizinho.


Em primeiro lugar a praia, ainda marcada por um certo ambiente de princípios de século (do século passado, entenda-se!), com os seus restaurantes fin de siècle, os toldos às risquinhas (sem anúncios da Olá!), o areal sem cães, sem futebolistas e sem rádios a darem "a bola". Enfim, uma praia civilizada onde apetece estar.

Depois, a própria cidade, com o seu lado mais turístico, os bares de tapas e os grandes monumentos, mas também com bairros elegantes, com gente simpatiquíssima e tudo marcado por essa língua extraordinária que é o basco. Uma língua que não será das mais bonitas, mas que atrai pela antiguidade, por uma sonoridade que lembra tempos de antanho. Aliás, depois de tudo o que se conta dos bascos, esperava ver posições muito mais radicais. Afinal, está tudo escrito em castelhano e basco, as pessoas são afáveis e apenas orgulhosas das suas tradições. Espero voltar em breve.

sábado, agosto 11, 2007

PASSEIO DE DOMINGO - PERDER-SE EM VENEZA


Perder-me em Veneza ao modo do Corto Maltese, foi um dos meus projectos de juventude. Não aconteceu e ficou-me a nostalgia dessa cidade do Hugo Pratt da fábula esotérica. Ou da tragédia de Thomas Mann e de Visconti, interpretada por Dirk Bogarde.
De qualquer modo, persiste o meu fascínio por Veneza e gostava de me encontrar lá, este Outono, à espera da Zelda, da Daisy, ou daquela heroína do "Grand Meaulnes", que os protagonistas amam desesperadamente na distância e na impossibilidade.

sexta-feira, agosto 10, 2007

NUNCA É TARDE DEMAIS

Um alto responsável de um canal de televisão, em declarações prestadas a um diário económico: "É cedo para tomarmos decisões precipitadas."

O PROGRESSO

Mob - é um antigo termo inglês que, segundo parece, derivou do latim mobile vulgus - ou seja "a canalha em movimento", donde usar-se para designar a multidão mais ou menos ignara, a gente vulgar, etc. Nos Estados Unidos também se usou e usa para designar a Mafia - e, já no século XX, a crer no 20th Century Words da Oxford University Press, apareceu a palavra mobster para designar os sócios dessa e doutras associações criminosas. Fora isso, é curioso que a movida(e que melhor tradução para mobile vulgus?), nas suas diversas formas e modalidades, tenha passado a ser para muita gente das elites europeias o no va más da cultura, ou seja o máximo.

quarta-feira, agosto 08, 2007

NO PAÍS BASCO - BILBAO

A viagem ao País Basco começou pela inevitável visita a Bilbao (Bilbo), uma cidade que, não sendo das mais belas do país vizinho, tem alguns aspectos e encanto que merecem ser retidos. De novo, o centro histórico muito bem preservado, com igrejas impressionantes (o que não é de espantar num povo conhecido pela sua Fé); a própria organização da cidade e a informação disponibilizada e, sobretudo, num primeiro contacto com a Guipúzcoa, a simpatia das suas gentes. E, claro, o Museu Guggenheim, que começa a contagiar, com o seu modernismo, diversos locais da cidade.
Sobre o Guggenheim, confesso que, embora todos o conheçamos pelas fotografias, não deixa de surpreender quando o vemos na realidade, com a sua excelente localização junto ao rio, dando todo o destaque que a sua arquitectura merece. O interior é que me desiludiu um pouco, já que, tirando a impressionante entrada, decorada com um gigantesco painel de Anselm Kiefer, não esperava o minimalismo e a crueza das escadas, dos corredores, das salas de exposição.

Quanto ao seu conteúdo, para além de uma interessante exposição do já referido pintor alemão Anselm Kiefer, denunciando a violência extrema da guerra nos seus desolados campos de batalha, pude ainda ver uma fantástica mostra da obra de Dürer. Tive, assim, o privilégio de ver "ao vivo" obras como "O Cavaleiro, a Morte e o Diabo" ou o não menos célebre rinoceronte, ou tantas outras mil vezes reproduzidas, mas que ganham outro sabor ao vê-las no original.

A partida em direcção a San Sebastián (Donostia) iniciou-se da melhor forma, através de lindíssimas paisagens campestres, marcadas sempre por um tapete verde que tudo cobre e semeadas daquelas típicas casas bascas cujas fotos vejo desde a infância.

terça-feira, agosto 07, 2007

FAZER O FUTURO PRESENTE

À primeira vista, temos faltado à nossa promessa: este blog raramente tem parecido um "diário de bordo" da nossa revista. Não temos partilhado com os nossos visitantes as intimidades deste "ofício de fazer" a revista - embora, nalguns casos, tenhamos partilhado alguns pormenores do "ofício de viver" dos participantes (o que devemos, na sua maior parte, ao Jaime e ao Bernardo e, episodicamente, ao Nuno Rogeiro). Mas ao incluir aqui opiniões sobre isto ou aquilo, comentários sobre livros, filmes ou temas de actualidade, estamos de alguma maneira a mostrar como se vai construindo uma revista que em certa medida é o reflexo dessas notações e dos interesses que elas revelam.
Posto isto, lembramos que acaba de sair da tipografia, como já noticiámos, o número 64 do Futuro Presente. Estamos a preparar a saída do número 65. Nesse próximo número e no seguinte tentaremos tratar da maneira mais completa que nos for possível dois temas cruciais da nossa história contemporânea, muitas vezes tocados aqui e na revista e que, apesar de bem documentados como estão, continuam a ser "mal contados": a evolução no século XX da economia e da relação com África de Portugal. Esperamos incluir também já no próximo uma evocação do grande Giovanni Papini, um escritor itailano que recomeça a ser lembrado e reconhecido, em que está trabalhar João Bigotte Chorão, e publicaremos uma reflexão de Benjamin A. Plotinsky (Managing Editor do City Journal de Nova Iorque) sobre a série de televisão Os Sopranos que chegou ao fim, após quase nove anos existência e de êxito (como dizê-lo?) "sustentado".

CONTAS DE MULTIPLICAR

Pela mão de um dos nossos amigos chega-nos uma comparação feita em França entre os preços de alguns produtos de primeira necessidade em 2000 (em Francos Franceses) e 2006 (em Euros). Os aumentos são maiúsculos, como diriam nuestros hermanos. Dos exemplos apresentados, o produto que menos subiu (o gás butano) aumentou 31%. A manteiga subiu 66%, a famosa baguette 85%, o café 64%, o leite quase 200% e as batatas uns extraordinários 1770%. O nosso correspondente comenta: "Lá como cá!". Inflação baixa?

ORDEM DE MALTA

Um blog que considero que tem passado um pouco despercebido no panorama da blogosfera nacional e que, no entanto, mereceria maior atenção é o Ordem de Malta (http://www.ordemdemalta.blogspot.com/), dedicado à "Ordem de Malta, de Rodes, do Hospital, dos Hospitalários ou dos Cavaleiros de São João Baptista de Jerusalém. Estudos e recortes sobre a História desta Ordem Religiosa e Militar e, essencialmente, sobre a sua presença em Portugal".

Da autoria de A. J. Brandão de Pinho, trata-se de um blog de grande interesse, não só pela informação nele contida e pelas notícias que vai dando, como também pela beleza das fotografias que aí encontramos. Pena que não seja actualizado com maior regularidade. Não resisto, aliás, a reproduzir aqui o retrato do Frade Hospitalário Nicolas Arringhieri (pintura de Pinturicchio, 1504, Catedral de Siena), que nele encontrei.


A CAMINHO DO PAÍS BASCO

Confesso que já não ia a Salamanca há alguns anos e, portanto, estaria um pouco desactualizado sobre as mudanças na cidade. Em todo o caso, são impressionantes as melhorias que podemos detectar e que vão desde a recuperação de edifícios históricos e das ruas em geral, até à qualidade do comércio e ao nível de vida das pessoas. A caminho do País Basco, não fiquei lá muito tempo, apenas a obrigatória horchata numa esplanada da Plaza Mayor, num dia de calor intenso, e um pequeno passeio pelas ruelas da zona histórica.

Depois foi a partida para Oviedo, uma cidade que nunca me despertara especial interesse e que constituiu uma agradável surpresa pelo bonito centro histórico (que bem que os espanhóis conservam o seu património!), pela simpatia das suas gentes e pela comida excelente.

O dia seguinte foi, esse sim, espectacular e passado nos Picos da Europa, por entre uma paisagem de mar e montanha que considero uma das mais bonitas que me foi dado ver. Impressionantes as diversas tonalidades da montanha, por entre os cinzentos graníticos e os verdes de uma fabulosa variedade de árvores e plantas. Também o mar, num dia particularmente bonito, com uma fantástica cor azul, salpicada pelo branco da espuma e de pequenas ondas que pareciam estar ali apenas para dar mais beleza ao cenário.

A estrada, serpenteando por entre esse relevo acidentadíssimo, coroado pelos famosos picos e por pequenas nuvens assemelhando-se a auréolas, vai progressivamente levando-nos para terras diferentes, terras bascas, mais baixas, mas também lindíssimas e marcadas por essas casas tão típicas, também elas provas claras da especificidade deste povo orgulhoso que não abdica das suas tradições e dos seus costumes. Mas do País Basco, o ponto alto da minha viagem, falarei amanhã.

segunda-feira, agosto 06, 2007

TRADUTOR TRAIDOR (COM OS NOSSOS AGRADECIMENTOS AO PEDRO MEXIA)

Na sua crítica da tradução para português do livro Mere Anarchy de Woody Allen, o Pedro opina caridosamente que "o tradutor de Pura Anarquia não se desenvencilha mal e consegue mesmo uma assinalável fluência na linguagem conversada". Mas assinala, por exemplo, algunas erros "nas citações culturais", como "Western Republic" em vez de "westerns da Republic" (a Republic Pictures, uma produtora menor que hoje pertence à Paramount, especializou-se a certa altura em filmes de cow-boys de segunda linha; quem tiver interesse pode ler a história desta companhia na Wikipedia) ou - num estádio superior de ignorância - "Will ao Poder", uma tradução do mais puro non-sense do que no original deve ser Will to Power, como indica o Pedro, ou seja "Vontade de Poder". Com estes exemplos, permito-me duvidar do resto. Isto está a tornar-se uma obsessão mas com estas traduções vai haver gerações inteiras que não perceberão nunca o que leram .

FÉRIAS EM ESPANHA

Acabadas as férias, regresso hoje ao trabalho, já cheio de saudades do périplo pelas Asturias, o País Basco e Barcelona. Considerava, até há bem pouco, que tinha uma ideia razoável da realidade espanhola, mas só agora percebi que, ao faltar-me a parte norte, faltava-me conhecer algumas das zonas mais bonitas do país vizinho.

Parti por Salamanca, terra de toiros, de cultura e de muito calor, passei por Oviedo, cruzei os Picos da Europa, visitei o Guggenheim de Bilbao, fui à praia em San Sebastián, tomei contacto com uma parte das minhas raízes em Segura e Zegama e deambulei pelas ruas de Barcelona.

Nesta altura de férias em que tanta gente parte para um merecido descanso, resta-me recordar alguns aspectos que me pareceram mais interessantes. Falarei deles nos próximos dias.

domingo, agosto 05, 2007

PASSEIO DE DOMINGO - JÁ CHEGÁMOS À MADEIRA!



E é óptimo. Além destas soberbas vistas - os picos dos morros num dia de neblina, podem até lembrar, em pequeno, uma daquelas cordilheiras do "Senhor dos Aneis"- há os vestígios de um grande passado, como os "primitivos flamengos " do Museu de Arte Sacra do Funchal. As pessoas são amáveis e bem educadas, as ruas estão limpas e não se vêem "grafitti". E jantar na Vila Cipriani do Reids écomo estar num grande restaurante da Riviera francesa ou italiana.

sexta-feira, agosto 03, 2007

OS MORTOS

No mesmo dia, com umas horas de intervalo, morreram duas destacadas figuras do cinema do século XX, Michelangelo Antonioni e Ingmar Bergman, ambos já nonagenários. Antonioni nunca me entusiasmou muito - e um filme como o célebre Blow Up é hoje francamente ridículo. Bergman é, apesar de tudo, outra loiça. A rever.